Das Ordens Militares

As Ordens Militares são instituições religioso-militares criadas durante as Cruzadas. Inicialmente formada por cavaleiros cristãos para defender os locais santos, e posteriormente para propagação e defesa da fé cristã, combatendo a heresia e o paganismo. Seus membros usam hábitos e cruzes características. Três ordens possuem sede na Lusitânia.

ORDEM DE CRISTO

A Ordem de Cristo, fundada pelo Rei de Portugal no século XIV, herdou em sua criação as propriedades da Ordem do Templo, extinta anos antes. Castelos, vilas e terras, tudo foi entregue pelo Papa à Coroa lusitana, com o compromisso de nunca diminuir, mas só aumentar o patrimônio adquirido. O hábito e a insígnia são semelhantes aos dos Templários. O Grão-Mestre da Ordem deve pertencer à Casa Real e ser nomeado pelo Papa.

Poucos anos antes da expedição lusitana que chegaria ao Novo Mundo, as terras a serem descobertas já constavam como patrimônio da Ordem de Cristo, pois a expedição seria patrocinada por ela. Por este motivo, as velas das caravelas que desbravaram o Mar Oceano ostentavam sua cruz.

Um Cavaleiro de Cristo, além da honraria nobilitante, recebe um pequeno rendimento da Coroa e alguns privilégios fiscais e jurídicos. A rigor, seus membros deveriam pertencer à nobreza, mas o desempenho heroico levou até caboclos a serem aceitos como cavaleiros.

Sendo a Ordem mais presente em Santa Cruz, o título de cavaleiro serviu como moeda de troca pela Coroa para garantir dedicação e fidelidade na colônia, particularmente na guerra contra os Neerlandeses. Entretanto, o veto a cristãos-novos é absoluto. Esse uso da Ordem na colônia fez cair as regras disciplinares tradicionais de castidade e pobreza, restando apenas a da obediência.

Artefato da Ordem: os Cavaleiros de Cristo recebem uma adaga abençoada que os permite enfrentar seres demoníacos em condições de igualdade.

Cruz da Ordem de Cristo: a antiga cruz dos Templários foi reformulada pela Ordem de Cristo e tornou-se a cruz do Reino de Portugal.

ORDEM DE SÃO BENTO DE AVIS

A Ordem de Avis foi criada em Portugal no século XII para defender a cidade de Évora dos Mouros. A Ordem foi sendo aos poucos integradas à Coroa, até ter sua incorporação formalizada em 1551.

Uma vez que reis haviam se tornado mestres dos Cavaleiros de Avis, o Papa dispensou-os do voto de castidade. Também foi permitido a seus membros dispor de seus bens, dando fim ao voto de pobreza. Para a admissão na Ordem, precisa apenas pertencer à nobreza de linhagem. Por essa razão, é raro ver um Cavaleiro de Avis em Santa Cruz.

A ordem possui forte hierarquia e organização interna. O cavaleiro em combate nunca pode fugir nem se render. Uma vez preso, não será resgatado.

Artefato da Ordem: os Cavaleiros de Avis vestem hábitos brancos com uma cruz verde no estilo flor-de-lis. Este hábito confere aos cavaleiros, mas apenas àqueles realmente pertencentes à ordem, proteção contra feitiços.

Cruz Florenciada: é o símbolo da Ordem de Avis, um misto da cruz latina com a flor-de-lis.

ORDEM DE SANTIAGO DA ESPADA

A Ordem de Santiago foi criada na Espanha, no século XII, com o objetivo de proteger o Caminho de Santiago de Compostela, na Galiza. Cem anos depois foi estabelecida também no reino vizinho e logo separadas. No Reino de Portugal, ganhou então o nome de Ordem de Santiago da Espada.

Os Espatários fazem votos de pobreza, obediência e castidade conjugal. Desde 1551 o Mestre da Ordem em Portugal é o próprio Rei. A exigência de que seus integrantes sejam apenas nobres de linhagem não é observada com o mesmo rigor que na sua versão hispânica. Mesmo assim, a presença de um cavaleiro da ordem na Província de Santa Cruz é bastante rara.

Artefato da Ordem: o distintivo da ordem foi elaborado de forma a permitir o Cavaleiro de Santiago a manter sua resistência física por todo o caminho percorrido pelos peregrinos em Compostela.

Cruz de Santiago: a cruz da Ordem de Santiago simula uma espada. Caracteriza-se por ter pontas bem distintas uma das outras.

Published in: on 11 de janeiro de 2019 at 1:00  Deixe um comentário