TRIBOS ESPECIAIS

Tribos não muito numerosas e de origem mítica, sendo quase ou completamente desconhecidas. Algumas apresentam constituição física excepcional.

Curutons

Região: cavernas profundas

Descrição: antiga tribo indígena que há muitos séculos se refugiou no centro da terra e nunca mais retornou. São índios franzinos e de pele clara que se adaptaram à escuridão, sendo sensíveis a luzes mais intensas que a de uma tocha. Nunca saem para a superfície e não gostam muito de visitantes. Não é qualquer caverna que leva até os curutons, pois eles habitam regiões bem profundas.

Guajáras

Região: desconhecida

Descrição: é uma tribo misteriosa. Segundo as lendas, são sobreviventes de uma tribo mais avançada que habitava uma cidade destruída por um cataclismo, possivelmente o grande dilúvio. Desde então, seus sobreviventes, não mais que uma pequena aldeia, adquiriram hábitos nômades e seguem errantes pelo continente. De postura nobre, apesar de terem perdido o brilho de outras eras, possuem livre trânsito entre as demais tribos, mesmo as mais hostis, como os acritós, não importunando e não sendo importunados. Conhecem todo o continente, todos os seus segredos, todos os seus habitantes. Os raros contatos desta tribo com o homem branco ocorreram sempre por iniciativa dos índios, a maioria para prestar auxílio a viajantes solitários e desesperados. Não é uma tribo bélica, mas domina todas as formas de luta. Também são bastante inteligentes e possuem grande sabedoria. Seus sacerdotes (se houver mais de um) controlam toda a magia nativa.

Published in: on 8 de setembro de 2016 at 2:35  Deixe um comentário  

TRIBOS DA SELVA

Tribos que habitam a floresta amazônica e se encontram praticamente isolados culturalmente dos brancos e dos incas. Shipibos e Huarayos são tribos reais, que chegaram a ter contato com o Império do Sol. Arumbaias e Yaparis são fictícias e reúnem características de um conjunto de tribos diferentes de uma mesma região. Todas estas tribos possuem alguns hábitos semelhantes: usam armas iguais (lança, azagaia, arco e flecha, tacape e zarabatana); venenos como o curare; tomam o masato (bebida fermentada); usam a ayahuasca (planta alucinógena) e o manhuaré (tambor semi-oco feito de dois troncos de madeira para mensagens de até 20 km).

Arumbaias

Região: selva.

Descrição: tribo grande; pele bem morena; diferem dos índios da selva por apresentarem traços mais suaves. Vestem roupões de algodão. São um pouco mais desenvolvidos que as outras tribos da selva. Nas áreas de contato com os castelhanos, agem ofensivamente, com constantes ações terroristas. Quando querem, se tornam ferozes guerreiros e gostam de promover ataques surpresas. Nota: o nome é pequena homenagem às aventuras de Tintim.

Huarayos

Região: selva.

Descrição: tribo de nômades e guerreiros, com altura média de 1,70m e nariz um pouco achatado. Habitam casas simples com folhas de palmeira. Já enfrentaram o exército inca e, mais recentemente, uma expedição castelhana, tendo que recuar nas duas ocasiões para o interior da floresta. Para eles, a mulher é um instrumento doméstico.

Shipibos

Região: leste de Huánuco e sul de Moyobamba.

Descrição: cultura um pouco mais complexa que as outras da selva. Agricultura primária e cerâmica desenvolvida. Os homens fazem esteiras e cestos com folhas de palma e canoas de cedro (em 10 dias). Vivem em casa multifamiliares (com um só ambiente), como a maioria das tribos da selva. Possuem cabanas de armazenamento. Por medida de segurança, nunca constroem as aldeias muito próximas ao rio. Usam brincos nas orelhas e no nariz. Vestem roupões de algodão. Usam flechas grandes (sacati) e pequenas (shinto), dependendo da caça. Também conhecem a macana (o porrete dos incas).

Yaparis

Região: sul da selva.

Descrição: índios simpáticos e alegres, bastante explorados pelos castelhanos. Apesar de bastante vigorosos, a boa índole os tornou presa fácil para as ambições castelhanas. Só não são mais explorados porque habitam uma região muito pouco povoada e devido à ação dos missionários.

Published in: on 15 de março de 2010 at 1:45  Comments (3)  

TRIBOS DAS CORDILHEIRAS

As tribos descritas a seguir conservam o nome original das culturas que as inspiraram, sofrendo apenas as adaptações necessárias ao desenvolvimento do jogo, com exceção dos Illimanis, nome genérico e fictício usado para designar as diferentes etnias que constituem a maioria da população indígena do Peru colonial, na área antes dominada pelos Incas, mas que não são incas.

Incas

Região: cordilheira, costa, serra, altiplano.

Descrição: civilização que dominava as cordilheiras e adjacências quando os brancos chegaram. Construíram um império que incluía diversas culturas. Raça forte, guerreira, excelentes agricultores, possuidores de uma cultura complexa e bem estruturada, chegam ao século XVII em completa orfandade espiritual, pois seus templos foram destruídos e seus deuses permaneceram inertes. O trabalho, antes dignificante, passa a ser uma fonte de tortura.  As gerações submissas, ainda que abatidas, se reproduzem em uma perpétua servidão. Apesar disso, os castelhanos têm respeito pela cultura inca, mais do que por qualquer cultura nativa. Apesar de muitos viverem em condições deploráveis (em particular os mineiros), são considerados como homens, não como animais. Sua nobreza é respeitada, alguns até mesmo possuem terras. Governadores se casaram com princesas incas. Algumas terras foram mantidas em poder de seus herdeiros. Os filhos dos curacas frequentam uma escola só para índios. Seu idioma, largamente usado na região, é o quéchua.

No jogo: na versão original de O Desafio dos Bandeirantes, todas as etnias que formavam o Império do Sol são denominadas Illimanis, em referência à montanha da qual, conforme uma antiga lenda, haveria saído as tribos das cordilheiras. O mestre do jogo pode usar o termo nesse sentido ou especificar no jogo cada etnia listada neste capítulo. De qualquer forma, todos os personagens illimanis são construídos conforme as mesmas regras, sendo os Incas a etnia de referência.

Ashanincas

Região: vertente da selva e norte da selva.

Descrição: índios dedicados à agricultura, amáveis e geralmente pacíficos. É a única tribo da selva a ter estreito contato com os Incas, recebendo influência cultural deles. Têm olhos grandes e traços suaves. São morenos e com alta estatura. Vestem-se com roupões compridos de listras verticais. Os franciscanos penetraram em seu território em 1635 com relativo sucesso. Mas agora os castelhanos começaram a entrar à procura de ouro e mão-de-obra, o que vem provocando algumas reações e prejudicando o bom relacionamento com os missionários.

No jogo: o personagem ashaninca pode ser construído com base nos Illimanis, adicionando as armas e alguns aspectos dos índios da selva (como os índios da selva). São personagens acessíveis aos jogadores, pois não será difícil integrá-los em um grupo de jogo.

Aymarás

Região: Altiplano (regiões vizinhas ao Titicaca).

Descrição: em termos práticos, pode ser considerado com as mesmas características dos Incas, uma vez que foi inteiramente integrado ao Império do Sol. Porém, mantém sua própria língua, que se encontra bastante presente. Tem um idioma próprio, diferente do quéchua.

No jogo: o personagem ganhará um caráter mais regional.

Iquichanos

Região: nas grandes montanhas de Huamanga.

Descrição: vivem nos picos, perdidos, esquecidos. São frios, silenciosos e taciturnos, mas valentes, com espírito bélico e violento. Desconhecem a autoridade dos colonizadores. Aplicam a justiça e dão morte aos seus companheiros. Porém, não são necessariamente hostis aos castelhanos, ou mesmo aos incas. Até mesmo porque não sobreviveriam a um conflito aberto. São basicamente pastores e inimigos tradicionais dos Morochucos. Faziam parte do Império do Sol.

No jogo: o personagem deve ser criado da mesma forma que um Illimani, mas será difícil integrá-lo a um grupo mantendo as suas características.

Jívaros

Região: Cordilheira do Condor, em Moyobamba.

Descrição: vivem nas montanhas, principalmente nas áreas de florestas. São índios indomáveis e de aspecto arrogante. Diferenciam-se dos outros índios das cordilheiras por possuírem maior constituição física e estatura superior. Usam tranças e rabo-de-cavalo, têm traços leves e nariz adunco, olhos menos fechados e pele mais clara. Expressão altiva e atraente. São inteligentes e aprendem rápido.

Os incas tentaram em vão dominá-los. Diante de sua inferioridade, preferiram esconder-se nas montanhas, onde sempre foram invencíveis, pois uma qualidade dos jívaros é ocultar-se e esconder seus movimentos para enganar os demais. Dizem que raramente um jívaro passa duas vezes pelo mesmo lugar. Amantes da liberdade, são incapazes de se submeterem a qualquer um.

São semi-nômades devido à pobreza do solo e o pouco conhecimento da agricultura. Não conhecem a mentira e o roubo, e odeiam quem pratica essas coisas. Também não admitem jogos, mas tomam masato, uma bebida alcoólica. Não são amantes de adornos, sendo o mais usado a pluma de tucano, que representa a habilidade de usar zarabatana.

As diferentes tribos são inimigas entre si. Sempre tiveram fama de valentes guerreiros e apreciam aqueles que se destacam em sua habilidade de luta. Um jívaro é primeiro um guerreiro, depois um caçador. Possuem sua própria língua (bastante rica), resistindo à colonização, tanto castelhana como incaica. Nas guerras entre as tribos, costumam se apoderar das mulheres. Como armas, usam zarabatana, tacape, machados de pedra e azagaia. Constroem casas e pontes de madeira.

O principal costume dos jívaros é o ritual que lhes concede a fama de Encolhedores de Cabeça. Não se trata de magia, mas de um ritual apenas conhecidos pelos pajés jívaros, que de forma alguma revelam o segredo para alguém de outra tribo. A cabeça reduzida é chamada pelos jívaros de Shansa.

No jogo: o personagem jívaro pode interessar bastante aos jogadores, mas não será fácil integrá-lo a um grupo de jogo. Para isso será necessário criar uma história muito interessante para o personagem. Já um grupo só de jívaros pode ser interessante. A construção do personagem pode ser baseada nos índios da selva.

Lamistas

Região: vertente da selva, em Moyobamba.

Descrição: são altos e robustos, de cor clara, quase brancos. Falam o quéchua. Não usam calçados, não mascam coca e nem pescam. Também não navegam, preferindo caminhar. Os homens usam cabelos curtos. São bons agricultores e se tornam caçadores em algumas épocas do ano. Os tetos das casas são feitas de folhas de palma trançadas, impermeáveis às chuvas. Não aceitam mestiços na tribo. Usam pintura de guerra e afilam os dentes em forma cônica, às vezes tingindo-os de preto. São mais aptos que as outras tribos da cordilheira para povoar regiões da selva, transformando-as em terras produtivas. Só não se saem muito bem com as onças. Possuem o costume de comer terra, diluindo a argila em água e sal e usando-a como molho em batatas.

No jogo: o personagem lamista pode ser construído com base nos índios da selva, adicionando as características da tribo, mas se encontrará bastante deslocado se for parte de um grupo.

Morochucos

Região: pampas das punas de Huamanga.

Descrição: criadores de gado. São fortes e altivos, bem diferentes dos outros índios da serra. São tão misturados que chega a ter brancos entre eles. São francos e valentes, não temendo colocar em risco a própria vida, e leais até a morte. Falantes e boêmios, gostam de contar prosa nas festas. São excelentes cavaleiros. Costumam montar pequenos mas incansáveis cavalos peludos.

Usam largos ponchos de tom sombrio, com o chuneo (espécie de gorro) bem ajustado até as orelhas e um chapéu por cima. Montam com sandálias e levam uma ou duas cordas em volta do ombro para laçar. No cinto, levam uma bolsa de coca ou um frasco de cal. As mulheres não diferem muito dos homens: montam bem, laçam touros, e galopam com o filho amarrado com uma manta nas costas.

Os instrumentos de trabalho dos morochucos são o cocobolo (pedaço de chumbo comprido coberto com trança dura de pêlos de bezerro, usado tanto como arma ofensiva quanto defensiva: 1d6 + 2 de dano impactante) e o huarapunkos (um berrante). São inimigos tradicionais dos Iquichanos.

No jogo: é quase uma classe de personagem, uma espécie de gaúcho da cordilheira. Pode facilmente ser integrado ao grupo de jogo.

Uros

Região: no Lago Titicaca (Altiplano).

Descrição: semelhantes aos aymarás, com subsistência baseada na pesca e na totora (plantas que crescem às margens dos lagos). Conhecido como Povo do Lago, pois vivem nas ilhas flutuantes do Titicaca. Possuem o sangue negro, não sentem o frio da noite e nem podem se afogar. Conhecem os mistérios do Grande Lago.

No jogo: é quase uma tribo especial, mas suas características míticas não chegam a desequilibrar o personagem. Devem ser construídos como um Illimani. Porém, é estritamente regional, ligado ao seu lugar de origem.

Published in: on 15 de março de 2010 at 1:45  Comments (3)