OS GUARANIS

Os Guaranis são formados por várias tribos de cultura e linguagem em comum, que se reconhecem por seus nomes específicos. Apenas no século XVII os colonizadores usam o termo guarani, que significa guerreiro, para designar todo o grupo. Eles se identificam pelas denominações específicas de cada grupo ou pelo termo Avá, que significa simplesmente homem. Os Guaranis ocupam da Grande Floresta ao Rio da Prata. Da Capitania de São Vicente aos contrafortes andinos, passando pelo Chaco Boreal.

Os Guaranis são, em geral, de baixa estatura, roliços e muito fortes. Cabeça grande, olhos pequenos, nariz achatado, pouca barba, pele bronzeada, cabelos pretos e lisos. São grandes andarilhos, com visão e audição aprimoradas. Possuem excelente memória, sendo capazes de executar trabalhos mecânicos e de imitar com perfeição tudo o que lhes deem como modelo. Não mostram preço pelo trabalho regular e nem se preocupam com o futuro, tampouco com a necessidade de acumulação, economia, provisionamento. Estão acostumados a consumir tudo o que caçam, colhem e recebem. Uma despreocupação com o porvir que só é possível em uma terra tão dadivosa.

Os Guaranis apresentam um desenvolvimento técnico superior às demais tribos do sul, no que diz respeito a cultivos, domesticação de animais, artesanato, fiação e navegação. A organização da aldeia é muito semelhante a dos Tupis. Eles conservam poucos pertences pessoais. A maioria dos bens é de uso comunal, tudo organizado pelo cacique.

Uma aldeia abrange centenas de pessoas em grandes habitações retangulares cobertas com folhas de palmeira. As casas comunitárias abrigam de 10 a 20 famílias em média. Seu interior é decorado com redes de algodão ou fibra, móveis e utensílios, bancos, jarras para chicha, cabaças entalhadas, armas e ferramentas. De animais domésticos, só patos, papagaios e alguns macacos. Com os colonos brancos, adquirem também galinhas, cabras e cães.

Muitas vezes, principalmente em época de guerra, a aldeia é cercada de paliçadas e armadilhas. Os prisioneiros são tratados com brandura. Podem até se casar e viver vários anos. Mas, eventualmente, o prisioneiro será morto a golpes de maça e devorado.

Para um jovem se casar, ele precisará ter matado ou aprisionado um inimigo. Só se impede casamento de parentes consanguíneos por parte de pai. Apenas o cacique pode ser polígamo. A poligamia é um símbolo de riqueza e influência, pois são as mulheres que fazem os trabalhos essenciais. O divórcio é simples, e pode ser por iniciativa de ambos os lados.

Os homens desmatam os campos para construir habitações, fabricam pirogas e armas, caçam, pescam e guerreiam. As mulheres trabalham na horta, fazem cesto e cerâmica, fiam e tecem, preparam a comida e a chicha.

A alimentação é baseada na caça, coleta e cultivo de milho, mandioca, batata, amendoim e feijão. As aldeias migram quando o solo fica esgotado com as queimadas e os campos são invadidos por erva daninha. Os Guaranis exaurem um lote de terra a cada sete anos.

Homens e mulheres cobrem o corpo de tatuagens, plumas de aves, amuletos e colares. Os homens usam o bodoque, uma peça de madeira, pedra ou osso espetada embaixo dos lábios, mais simples do que aquelas utilizadas pelos Tupis. As mulheres usam apetrechos semelhantes nas orelhas. As tatuagens nos homens simbolizam os grandes feitos. Nas mulheres, os ritos de passagem.

Um conselho geral de chefes decide as questões de interesse da aldeia e da tribo, escolhendo os chefes da guerra. O cacique é sucedido pelo filho ou familiar mais forte, com distinção na guerra. Em tempos de paz, o cacique só tem poder se tiver prestígio. Sem o dom da palavra, um chefe é incapaz de viver em harmonia, de proteger seu povo. Na prática, a autoridade entre os Guaranis é uma qualidade, não um direito. Pode ocorrer de o cacique ser também um pajé. Os anciãos são guardiães das tradições da tribo.

Durante a colonização, os Guaranis são obrigados a escolher entre o trabalho nas encomiendas, a escravidão dos bandeirantes, a catequese nas missões ou a rebelião, pra não falar nas pestes, que os atingem qualquer que seja a sua opção.

Nas epidemias, os brancos são vistos como protegidos dos deuses. Os pajés podem ser mortos caso se mostrem incapazes de conter a doença. A doença e a morte não são consideradas naturais. Elas sempre ocorrerão provocadas por um fator externo: um espírito, um feitiço, uma criatura, um inimigo etc.

AS PRINCIPAIS TRIBOS

A nação guarani é composta por vários grupos. Os Carió são mais presentes na região dos bandeirantes, inimigos tradicionais dos Tupiniquim. Habitam a costa e são, para muitos viajantes, o primeiro contato com os nativos da Terra de Santa Cruz. Os Guayaki são os únicos que mantém hábitos totalmente nômades, além de possuírem uma origem misteriosa. Os Tavyterã habitam o interior entre as terras dos Tupiniquim e as vilas castelhanas. Os Tape e os Mbyá povoam a região das missões jesuíticas castelhanas. Os Avá destacam-se por ser uma tribo culturalmente diferenciada, por serem os guaranis que travaram contato com o Império do Sol. Os Chandules são o grupo menor, em contato direto com os Charruas.

Avá

Avá significa homem, e designa os Guaranis que ocuparam a região do Chaco Boreal e entraram em contato com o Império do Sol, atraídos pelos objetos de cobre e de bronze. As riquezas das montanhas levaram os Avá a se aventurarem bem além dos contrafortes andinos, obrigando os imperadores incas a construírem fortificação nas fronteiras. Essa migração rumo aos Andes ocorreu na busca da Terra Sem Males, que supostamente está situada a oeste.

Em seus avanços, os Avá escravizaram os Aruaques das tribos Chané e Mojo, que pertenciam ao Império. Os Incas os chamavam pejorativamente de Chiriguanos (chiri = frio; guano = excremento das aves marinhas, usado em fertilizantes). Ao escravizarem os Aruaques, os Avá deram início ao processo de miscigenação e surgimento de uma etnia distinta do resto dos Guaranis.

Guerreiros ferozes, diz a lenda que cinquenta índios Avá eram capazes de vencer mil Aruaques. Como são antropofágicos, muitos Aruaques foram devorados durante os ataques. Seus principais rivais na região são os Chiquitanos, única etnia do Chaco Boreal que não foi dominada por eles.

Quando os Castelhanos chegaram, os Avá estavam em guerra contra os Incas e os Aymarás. Apesar de se manterem irredutíveis contra os colonizadores, os missioneiros jesuítas obtêm algum sucesso onde a força militar fracassou.

Cariós

Índios do litoral, de São Vicente ao Rio Grande, os Cariós são bastante amistosos e oferecem ajuda a todos os barcos que chegam a suas terras, até serem traídos pelos visitantes. Dóceis, trabalhadores e bem intencionados, aderem com facilidade às missões e à catequese.

Os Cariós cobrem suas casas com cascas de árvore e produzem casacos e redes de algodão, forrando-os com peles e penas. Mantêm muitas aves nas aldeias, o que consiste na marca característica da tribo. Como vivem em uma região mais fria, desenvolveram técnicas de manufatura de roupas de algodão e de pele de animais.

Um milênio antes da chegada dos Lusitanos, os Cariós ocupavam as terras onde hoje se encontra a Cidade de São Sebastião, mas foram expulsos pelos Tupinambá. Estabelecendo-se mais a oeste, acabaram sendo empurrados mais ao sul pelos Tupiniquim. Assim, atualmente seus principais inimigos são os Charrua, os vizinhos do sul, e os Tupiniquim, seus vizinhos do norte. Dos Guayanás estão afastados pela muralha de Paranapiacaba. Sendo os Tupiniquim aliados dos Lusitanos estabelecidos em São Vicente e Piratininga, os Carió se transformaram em alvo preferencial das bandeiras de apresamento, que, em pouco mais de um século, levou-os à quase extinção. Em Piratininga, Carió já foi sinônimo de escravo.

Se hoje estas bandeiras não existem mais, os Carió agora se veem às voltas com outro tipo de problema: o início da ocupação de seu litoral pelos Lusitanos. Sendo uma área esquecida pelo governo-geral, sendo esta ocupação fruto de iniciativas particulares e até mesmo clandestinas por tratar-se de terras castelhanas, o Tratado de Santa Luzia não é muito observado pelos colonos.

Às vezes, quando o preço dos escravos negros sobe em demasia, surgem nas áreas mais afastadas das rotas comerciais pessoas dispostos a pagar um bom preço por nativos, que, para tentar driblar a fiscalização do governo e dos padres, são chamados de “peças de administração”.

Guayaki

Os Guayaki vivem isolados nas florestas, entre terras castelhanas e lusitanas ao norte da Província do Guayrá, formando grupos de cerca de uma dúzia de indivíduos. Não chegam a erguer uma morada, acampando por poucas noites em cada lugar. Sem praticar a agricultura, o produto da coleta é dividido igualmente pelo grupo.

As mulheres cuidam do abastecimento de água, da fabricação de farinha, fibras e cera, e do transporte dos utensílios. Os homens caçam, pescam, fabricam armas e preparam o terreno para o acampamento.

Os Guayaki apresentam algumas diferenças físicas dos demais Guarani, o que chama atenção dos poucos colonos que conseguiram por os olhos em um deles: a pele é mais branca do que o normal, os homens chegam a apresentar barba, e os olhos chegam a ser castanho claro ou mesmo acinzentados.

Os Castelhanos especulam que outros grupos de viajantes tenham chegado à Terra de Santa Cruz antes deles, talvez Vikings ou Fenícios. Mas ocorre que a origem deles é uma incógnita até mesmo para os demais Guaranis, que os chamam de Guayaki por significar ratos ferozes. Mas alguns anciãos se referem a eles como Guajagui, que os identifica como uma tribo inimiga.

Um sábio Caraí que vive nas proximidades do Forte Albuquerque suspeita que o termo Guajagui guarde alguma ligação com os Guajáras. Na verdade, esse Caraí tem teses muito estranhas sobre a ligação dos Guajáras com os Guaranis e a Terra Sem Mal. Mas ninguém há de perguntar nada a ele, pois poucos sabem sobre os Guajáras. E nenhum deles é branco. Bem, talvez apenas um: Sumé.

Mbyá

Os Mbyás compõem a maioria dos Guaranis estabelecidos nas Missões Jesuíticas e se espalham por boa parte da bacia do rio da Prata. São o grupo mais pacífico dos Guaranis e o mais característico.

Tapes

Os Tapes habitam a parte serrana ocupada pelas missões jesuíticas castelhanas, na Serra dos Tapes, e a planície ao sul, até chegar às terras dos Charruas. Antes de se tornarem missioneiros, faziam trombetas com as tíbias dos inimigos e usavam as caveiras como taças. Porém, mostraram-se a tribo mais afeita à catequese. Em sua região se encontram sete missões.

Tavyterã

Os Tavyterã habitam o nordeste da Província do Guayrá, com forte presença ao norte do rio Paraná. Mantêm uma relação mais neutra e independente dos colonizadores, sem aceitar mais a interferência dos missioneiros após a destruição das missões do Guayrá, das quais fizeram parte. Preferem se embrenhar no interior da selva, evitando ao máximo as bandeiras. Vivem em grupos menores que os demais Guarani, de 4 a 5 famílias sob o mesmo teto. Após o fracasso das missões, passaram a se dedicar intensamente a seu mundo espiritual. Consideram-se guardiões da cultura guarani e dos caminhos que levam à Terra Sem Mal.

À época da construção do Forte Albuquerque, uma aldeia logrou fazer uma aliança com os Lusitanos: estes manteriam os bandeirantes na linha enquanto eles cuidavam de auxiliá-los contra a hostilidade de outras tribos, e até mesmo contra os Castelhanos.

MAGIA E RELIGIÃO

Apesar de ter sua mitologia e seus deuses, os Guaranis não são idólatras. Eles não adoram espíritos, nem lhe dirigem preces. A única crença que os move e que influi diretamente em suas vidas é a da Terra Sem Mal.

Algumas tribos praticam a antropofagia ritual, comendo a carne dos inimigos valorosos. Este ritual também faz parte das várias formas de atingir a perfeição para alcançar a Terra Sem Mal ainda em vida. É, também, o primeiro costume a ser condenado pelos jesuítas.

Os Guaranis enterram seus mortos em tinas funerárias. Nas missões, nós proibimos essa prática, mas os Franciscanos, por sua vez, permitem.

O Mundo Espiritual

Segundo as crenças antigas dos Guaranis, os homens, animais e plantas que habitam a terra são apenas reflexos daqueles criados na morada eterna, Yvága.

Nhamandú, o grande deus, criou a si mesmo em meio ao caos de Tatachina, a neblina primigénia, e dos ventos originais. Após terminar seu corpo, ele cria os outros deuses: Karaí, senhor do fogo e do sol; Yakairá, senhor das brumas e do fumo que inspira os xamãs; Nhanderú py’aguaçu, senhor das palavras; e Tupã, senhor das águas, das chuvas e do trovão, quem criou a humanidade, ajudado por Pará, sua esposa.

A primeira terra era perfeita e os homens a habitavam junto aos deuses. Para punir um incesto, os deuses a destruíram com um dilúvio. Nhamandú criou, então, uma segunda terra, Yvy Pyahu, imperfeita, cujos habitantes estariam destinados a sempre buscar pela primeira terra, a terra sem mal, Yvy Marã-e’y.

Añás são almas que tiveram má sorte, ou por suicídio ou agonia prolongada, transformando-se em seres de natureza demoníaca. Estes seres podem ser mantidos afastados com o fogo. Añá-Tunpa é o rei dos Añás, inimigo de Tupã e senhor do submundo.

Boyguasu-Tunpa é um tipo de Añá. Possui forma de serpente e castiga aqueles que não obedecem as leis do submundo, atravessando-os com uma flecha invisível que provoca enfermidade e morte, que só pode ser evitada por magia.

Ivy Marã-e’y

É a Terra Sem Mal, onde não há doença, fome ou guerras. Nela, o guarani se despe de sua mortalidade e se transforma em um homem-deus, capaz de viver sem trabalhar, comer sem ter de caçar, livre da dor e do sofrimento. Eternamente jovem e feliz em uma terra esplêndida. Ao contrário do Paraíso bíblico, do Éden, é possível alcançar a Terra Sem Mal sem precisar morrer. Isso só é possível àquele que atingir a perfeição em vida. Outra diferença é que ela fica em um lugar específico.

Mbaeverá-Guaçu: mítica e sagrada cidade dos guaranis, oculta e perdida em algum ponto da selva. Os índios esperam chegar nela em vida ou depois da morte digna (mais detalhes em Cidades e Templos).

PERSONAGENS GUARANIS

Os personagens sem magia seguem o padrão dos personagens indígenas.

Pajé

Os pajés guaranis são bastante versados na magia e muito hábeis na arte da cura. Nesta seara, os guaranis são muito inventivos. São eles que realizam a mediação entre os homens e o mundo espiritual.

Nas epidemias, os brancos são vistos como protegidos dos deuses. Os pajés podem ser mortos caso se mostrem incapazes de conter a doença. A doença e a morte não são consideradas naturais. Elas sempre ocorrerão provocadas por um fator externo: um espírito, um feitiço, uma criatura, um inimigo etc.

Os feiticeiros propriamente ditos têm o mesmo poder do pajé, mas utilizam esse poder de forma egoísta e furtiva, fazendo mal à tribo.

Não há diferença entre os poderes dos pajés e dos feiticeiros, nem entre os pajés das diferentes tribos, exceto, dependendo das circunstâncias, os pajés dos Avá, que podem ter aprendido algum feitiço com as tribos do Chaco ou do Império do Sol.

Lista de Habilidade: Nadar; Caça e Pesca; Rastrear; Arco e Flecha; Luta com tacape. Habilidades obrigatórias: Conhecimento da mata; Cultura indígena; Ervas e plantas; Mitos e lendas; Ocultismo.

Lista de Feitiços: Adivinhação; Andar sobre as águas; Barreira astral; Camuflagem; Chamado; Comunhão com a floresta; Comunicar-se com animais; Controlar animais; Controlar água; Controlar plantas; Criar ilusão; Criar nevoeiro; Cura; Dardos de pedra; Elo mental com animais; Exorcismo; Invocar tempestade; Levitar; Metamorfose; Olhos d’Água; Relâmpago; Remover magia; Respirar sob as águas; Viagem astral; Visão astral.

Caraí

É o pajé-profeta. Além dos pajés de cada aldeia, cada agrupamento guarani tem um Caraí, o pajé dos pajés, o grande feiticeiro, o profeta da tribo, que vive em relativo isolamento, distante do cotidiano e da política das aldeias, mas sempre acessível para lhes servir de guia espiritual. O Caraí não é um representante dos deuses, mas aquele que, por ter contato com os espíritos, poderá guia-los ainda em vida à Terra Sem Mal.

O Caraí não está formalmente vinculado ao seu grupo de origem, podendo percorrer diversas aldeias, inclusive de grupos rivais. Em 1549, o caraí Oberá lidera uma multidão crescente rumo à Terra Sem Mal, prometendo liberdade e desbatizando os índios catequizados. Multidões o seguem cantando e dançando durante dias. Multidões o seguiram cantando e dançando durante dias. Entretanto, nenhum guarani sabe dizer qual foi seu destino. Alguns acreditam que Oberá chegou à Terra Sem Mal. Outros, que, envergonhados com o fracasso, decidiram não retornar. E há aqueles que consideram a possibilidade do grupo ter sido mortalmente atacado por bandeirantes ou soldados castelhanos.

O Caraí, diferentemente dos demais pajés, tem mais controle sobre o feitiço de Adivinhação. Ele também conhece o ritual que, através de um conselho de pajés, combina o poder de todos para enviar outras pessoas, mesmo aquelas sem poder mágico, para o Plano Astral, podendo sustentá-las por alguns poucos dias.

 

Published in: on 20 de setembro de 2016 at 19:44  Deixe um comentário  

OS GUAICURUS

De origem patagônica, os Guaicurus instalaram-se no Chaco Austral, entre Tucumán e o norte do Rio da Prata, chegando até o Pantanal. São compostos por um emaranhado de tribos, como os Abipones, Qom, Mocovís, Pilagás, Paiaguás e Caduveos. Adquirem alguns elementos culturais das tribos andinas e dos Guaranis. Belicosos, hostilizam as tribos vizinhas, o que facilita o trabalho dos Castelhanos em arrumar apoio entre pequenas tribos locais e entre os Guaranis para enfrentá-los.

Quando os Castelhanos chegaram, havia cerca de 150 mil índios, altos e corpulentos, tanto homens quanto mulheres. Aumentaram seu território com a utilização de cavalos, aos quais se adaptaram rapidamente, como se fossem cavaleiros natos, apesar do terreno do Chaco não ser propício para cavalgar. Por isso, os Guaicurus utilizam usam uma peça de couro na cabeça para se protegerem dos espinhos das árvores. Assim, pressionam os Wichís para dentro do Chaco Central.

Em relação aos colonizadores, passam a realizar ataques relâmpagos nas cidades ao norte de Tucumán e às margens do rio Paraguay. Apenas no século XVIII, após muitas e trágicas tentativas, os Jesuítas conseguem reduzi-los em missões, que logo passam para as mãos dos franciscanos quando a Companhia de Jesus é expulsa do continente.

Os Guaicurus apresentam marcada divisão de trabalho por gênero: os homens, desde muito cedo, dedicam-se à caça e à pesca; as mulheres, à coleta e a uma agricultura incipiente. A agricultura é apenas complementar, pois o próprio clima não proporciona grandes chances para o desenvolvimento agrícola. São excelentes caçadores e coletores. Caçam anta, queixada, cervo, guanaco e diversos tipos de aves. Coletam frutos, raízes e mel.

Paiaguás

Tribo de Guaicurus que vivem às margens do rio Paraguay e seus afluentes, particularmente nos arredores de Assunção e no Pantanal. São caçadores, nômades e pescadores. Dominam a região com suas canoas, tendo os Guaranis como principais rivais. Tornam-se durante a colônia em verdadeiros piratas fluviais, não dando sossego aos vilarejos ribeirinhos ou aos viajantes acampados nas margens dos rios. Nenhum jesuíta conseguiu se estabelecer entre eles.

Magia e Religião

Piogonak é o xamã da tribo.

K’atá é o ser supremo, criador de tudo o que existe.

Neepec é o gênio do mal, em luta permanente contra K’atá.

Alwa Lek é senhor da terra, que emerge da terra para falar com os xamãs, auxiliando-os no exercício da medicina.

PERSONAGENS GUAICURUS

Os personagens sem magia seguem o padrão dos personagens indígenas, adicionando como habilidade obrigatória Montar animais, exceto os Paiaguás. Os Paiaguás têm como obrigatórias as habilidades Nadar, Furtividade e Navegação.

Piogonak

Os xamãs dos Guaicurus. Os Piogonak, uma vez que os Guaicurus descendem dos Patagões, têm uma forte ligação com os espíritos, assim como seus ancestrais patagônicos. Mas, diferentemente dos Patagões, não conseguem utilizar seus poderes mágicos através deles, apesar dos espíritos serem seus tutores em sua iniciação à magia. Um piogonak não ensina magia a outro, mas conjura um espírito de para fazê-lo. Mas, como seus ancestrais, eles podem conjurar os espíritos locais para pedir favores ou conselhos.

Cada rio, montanha, bosque, espécie animal, possui um espírito protetor a quem ele pode recorrer, nem que seja para solicitar uma passagem pela região sem sofrer nenhum tipo de retaliação.

Destes espíritos, o mais importante é Alwa Lek, que orienta os Piogonak a como utilizar a Cura para cortar o efeito de um veneno ou de uma doença. Mas Alwa Lek não atenderá ao chamado de um feiticeiro, aquele que não coloca seus poderes mágicos a serviço de sua tribo.

Um Piogonak é criado e utilizado da mesma forma que um Pajé, com a seguinte lista de feitiços e habilidades:

Lista de Habilidade: Conhecimento da mata; Cultura indígena; Ervas e plantas; Mitos e lendas; Ocultismo (atributo relacionado: Inteligência). Habilidades obrigatórias: Todas.

Lista de Feitiços: Adivinhação; Andar sobre as águas; Barreira astral; Camuflagem; Chamado; Comunhão com a floresta; Comunicar-se com animais; Conjurar animais; Controlar animais; Controlar água; Controlar plantas; Criar ilusão; Criar nevoeiro; Cura; Dardos de pedra; Desviar ataques; Detectar magia; Elo mental com animais; Exorcismo; Invocar espíritos; Levitar; Metamorfose; Olhos D’Água; Relâmpago; Remover magia; Respirar sob as águas; Viagem astral; Visão astral.

Published in: on 20 de setembro de 2016 at 18:54  Deixe um comentário  

WICHÍS

Também de origem patagônica, os Wichís são a tribo dominante de uma etnia que inclui ainda os Chorotes, Nivaklés e Mataguayos, que ocupam o centro e o oeste do Chaco. Empurrados pelos Guaranis ao norte e pelos Guaicurus ao sul, vão se concentrando cada vez mais no Chaco Central.

São caçadores e coletores, adquirindo alguns poucos hábitos da cultura andina, como o uso de mantas de lã. Diferentemente dos Guaicurus, não se adaptaram aos cavalos e foram considerados pacíficos pelos colonizadores, inclinados ao comércio e à agricultura. Contudo, em meados do século XVII, decidem atacar Esteco e Santiago del Estero devido à pressão territorial provocada pelos Guaicurus.

As aldeias wichís são formadas a partir da família monogâmica, exceto a do cacique. Cada núcleo é organizado por um chefe ancião e um conselho de homens. As famílias se agrupam em bandos de caça sob a autoridade de um cacique. Com a chegada dos Castelhanos, adotam o sedentarismo, com assentamentos às margens dos rios.

Magia e Religião

Jayawu é o xamã da tribo.

Nilatáj é o ser supremo.

Ajatáj é uma deidade criada por Nilatáj, a quem se opõem. Ajatáj reina no mundo subterrâneo, cujos domínios se estendem ao mundo aquático, e é o senhor das enfermidades. Apesar de seu antagonismo, tem papel importante na iniciação dos xamãs.

Ajat são os espíritos malignos do inframundo. Respondem a Ajatáj, que os criou para que lhe servissem.

Unnatlelé é senhor da terra e dos montes, responsável pelo chamado e iniciação dos xamãs.

PERSONAGENS WICHÍS

Os personagens sem magia seguem o padrão dos personagens indígenas.

Jayawu

Os xamãs dos Wichís. Os Jayawu, uma vez que os Wichís descendem dos Patagões, têm uma forte ligação com os espíritos e podem, assim, conjurar os espíritos locais para pedir favores ou conselhos. Entretanto, não podem usar seu poder mágico através deles.

Para a iniciação à magia, é conjurado Unnatlelé. Entretanto, os poderes relacionados à água deverão ser aprendidos com Ajatáj, o que deixará o jayawu mais suscetível a sua influência. Caso o jayawu se deixe seduzir pelas promessas de Ajatáj, ele terá acesso a outros feitiços. Caso isso ocorra, ele deixará de ser um jayawu, para se tornar um feiticeiro, um inimigo de sua tribo.

Se, por um lado, o feiticeiro terá mais poderes que um xamã wichí, por outro lado, não terá mais a ajuda dos espíritos dos bosques, dos animais, das colinas etc. Dependendo de sua conduta, será até mesmo hostilizado por eles, até chegar ao ponto de só conseguir refúgio nas águas dos rios e lagos, cujo mundo é dominado por Ajatáj, o único a quem poderá recorrer. Há quem diga que um Ajat é o espírito de um feiticeiro que perdeu a vida a serviço de Ajatáj. Além disso, poderá ter Ka’o’o em seu encalço (ver Mitos e Lendas).

Não há a impossibilidade de um jayawu ou um feiticeiro ensinar magia a outro índio, apenas não é esta a prática. Porém, um jayawu, ao quebrar a tradição, seria visto pelos demais como um feiticeiro. Além disso, ao fazê-lo, o feiticeiro poderá atrair a ira tanto de Unnatlelé quanto de Ajatáj.

Lista de Habilidade: Conhecimento da mata; Cultura indígena; Ervas e plantas; Mitos e lendas; Ocultismo (atributo relacionado: Inteligência). Habilidades obrigatórias: Todas.

Lista de Feitiços ensinados por Unnatlelé: Adivinhação; Barreira astral; Camuflagem; Chamado; Comunhão com a floresta; Comunicar-se com animais; Conjurar animais; Controlar animais; Controlar plantas; Criar ilusão; Criar nevoeiro; Cura; Dardos de pedra; Desviar ataques; Detectar magia; Elo mental com animais; Exorcismo; Invocar Espíritos; Levitar; Metamorfose; Relâmpago; Remover magia; Viagem astral; Visão astral.

Lista de Feitiços ensinados por Ajatáj: Andar sobre as águas; Controlar água; Olhos D’Água; Respirar sob as águas.

Lista adicional do feiticeiro wichí: Amaldiçoar; Criar doença; Criar dor intensa; Trevas; Visão noturna.

Published in: on 20 de setembro de 2016 at 18:49  Deixe um comentário  

OS CHIQUITANOS

Os Chiquitanos habitam o norte do Chaco Boreal, do rio Paraguay aos contrafortes andinos. São formados por 23 subgrupos que falam o idioma Bésiro, que possui quatro dialetos distintos.

Em termos gerais, sua agricultura é de subsistência. Plantam mandioca, milho, amendoim e tabaco, que alternam com períodos de caça e pesca.  Criam porcos e galinhas, fazem tatuagens e pinturas corporais, utilizam ornamentos de prata no beiço e bebem chicha. Quando não há água permanente, constroem represas para abastecer as aldeias. As casas possuem portas baixas para se protegerem do clima e das feras. As aldeias são protegidas por paliçadas e espinhos.

Os Chiquitanos empurraram os Bororos para a Grande Floresta, disputando o resto do Chaco Boreal com os Avá, que haviam conquistado e escravizado as tribos Aruaques. Tão belicosos quanto os Avá, guerreavam para obter prisioneiros. Os cativos eram bem tratados e podiam até ser incorporados à tribo. Eventualmente, podiam ser trocados por adornos de metal com os Chanés, uma das tribos Aruaques.

Caracterizam-se pelo uso de flechas envenenadas, cujo veneno, bastante mortal, é tirado da árvore oboxo, manipulado apenas pelos xamãs.

A Chegada dos Colonizadores

Com a chegada dos bandeirantes pelo leste e dos Castelhanos pelo oeste, os Chiquitanos se viram em duas frentes de batalha, além dos inimigos tradicionais, os Avá, que a essa altura também tinham as mesmas preocupações.

Para reprimir os ataques a Santa Cruz de La Sierra, os Castelhanos passam a realizar ataques frequentes, o que leva os Chiquitanos, abatidos também com constantes epidemias, a aceitarem as missões. A ocupação do Chaco pelos Jesuítas desagrada ao povo da colônia, que nutre interesses comerciais na região, de forma que as missões são usadas pelos índios como proteção contra os colonos.

As missões chiquitanas são tão bem sucedidas quanto as missões guaraníticas. E, como as do sul, tornam-se fundamentais para impedir o avanço da fronteira lusitana, na luta contra os bandeirantes. Essa aliança acaba ajudando na redução de outras tribos e também no confronto com os Avá. A inimizade entre as duas etnias vinha desde a época do Império do Sol. Mesmo com essa rivalidade, antes das missões se estabelecerem, os Avá compram flechas envenenadas com os Chiquitanos, mas estas perdem o efeito com o tempo, causando poucas baixas entre os colonizadores.

Para a preocupação dos Jesuítas, os Chiquitanos assimilam bem demais os conceitos pacíficos do Cristianismo e começam a abdicar da luta, o que passa a ser desencorajado pelos padres. Os Jesuítas conseguem reverter essa tendência a tempo, pois os Avá atacam as missões no início do século XVIII. Sem o empenho dos Chiquitanos em sua defesa, haveria um massacre.

Magia e Religião

Assim como os Guaranis, os Chiquitanos não possuem nenhum tipo de culto. Os espíritos e senhores das coisas da natureza são denominados Hichi.

O Iriabo exerce a dupla função de xamã e cacique.

Mapono é o espírito que acompanha a alma dos mortos pelos caminhos do plano astral até chegar ao reino dos mortos.

Tatusiso, de semblante pálido, cara feia e corpo coberto por chagas, guarda o caminho que dá acesso ao reino dos mortos. Ele pode impedir o trajeto de Mapono e exigir a limpeza da alma do morto, caso considere que este não esteja ainda apto a entrar no reino, o que geralmente significa a realização de um conjunto de tarefas.

PERSONAGENS CHIQUITANOS

Os personagens sem magia seguem o padrão dos personagens indígenas, mas com um diferencial importante. Um chiquitano não precisa adquirir nenhuma habilidade relacionada a manuseio ou extração de veneno. Considere-se como uma habilidade inata de qualquer chiquitano que tenha crescido em seu meio cultural de origem. Entretanto, isso não o isenta de fazer o teste de habilidade, que não será bem sucedido apenas na eventualidade de uma Falha.

Iriabo

O Iriabo exerce as funções do xamã e do cacique, geralmente escolhido por se destacar nas guerras. Seu poder como cacique é restrito às guerras e às saídas para caçar e pescar. Como chefe guerreiro, é assistido por um conselho de anciões. Entre os chiquitanos reduzidos, os Iriabos exercem apenas a função de cacique.

Os Iriabos seguem as mesmas regras do Pajé, com as mesmas listas de feitiços e habilidades.

Lista de Habilidade: Conhecimento da mata; Cultura indígena; Ervas e plantas; Mitos e lendas; Ocultismo (atributo relacionado: Inteligência). Habilidades obrigatórias: Cultura indígena; Ervas e plantas; Mitos e lendas; Ocultismo.

Lista de Feitiços: Adivinhação; Andar sobre as águas; Barreira astral; Camuflagem; Chamado; Comunhão com a floresta; Comunicar-se com animais; Conjurar animais; Controlar animais; Controlar água; Controlar plantas; Criar ilusão; Criar nevoeiro; Cura; Dardos de pedra; Desviar ataques; Detectar magia; Elo mental com animais; Exorcismo; Invocar tempestade; Levitar; Metamorfose; Olhos D’Água; Pacificar; Relâmpago; Remover magia; Respirar sob as águas; Viagem astral; Visão astral.

Published in: on 20 de setembro de 2016 at 18:46  Comments (1)  

TRIBOS DO COLLASUYO

Collasuyo é o nome dado à região sul do Império do Sol, na qual viviam diversas tribos incorporadas pelos Incas, antes da chegada dos Castelhanos. Tal fato as diferencia dos Patagões, dos Mapuches e das outras tribos do Chaco. Em que pese diversas diferenças regionais e práticas culturais arraigadas, prevalece entre elas o culto ao sol, bem como aldeias com construções típicas do Império do Sol. A Confederação Diaguita é a mais importante delas, pois ocupam Tucumán e Nova Extremadura. Por isso, os Diaguitas são abordados de forma destacada. As demais aqui reunidas ocupam áreas limítrofes de Nova Castela e ajudam a compor a ambientação.

ATACAMEÑOS

Habitam o Deserto do Atacama, que se estende pela costa sul do Vice-Reino de Nova Castela até o vale do Copiapó, em Nova Extremadura. Sua cultura existe desde os anos 500. Foram conquistados pelo Império do Sol, que lhes impôs uma nova religião, o culto ao Sol, introduzindo as folhas de coca nos rituais. Os Incas os fizeram construir os caminhos que ligam o deserto até a vertente oriental da cordilheira. Defendiam seus povoados com muralhas de rochas, a púcara.  Os povoados eram construídos juntos a oásis, havendo pelo menos 10 aldeias quando os Castelhanos chegaram.

Falam o idioma Kunza. É o primeiro povo a trabalhar o cobre extraído da mina de Chuquicamata. O ouro é extraído de Incahuasi. Criam lhamas e alpacas e obtêm boas colheitas, considerando a escassez de água. Plantam produtos semelhantes aos dos Diaguitas e usam o guano como fertilizante. Conseguem pescados e mariscos com os Changos. Desenvolvem bem a arte da cerâmica.

As cerimônias religiosas eram regadas de alucinógenos, por meio dos quais inalavam o poder de aves, felinos e serpentes. A partir do domínio Inca, aderem também ao culto ao Sol. Creem em vários deuses, que habitam o vulcão sagrado Licancabur.

Personagens Atacameños

Os personagens sem magia seguem o padrão dos índios andinos. Os feiticeiros seguem a regra para Feiticeiros Indígenas. Os líderes espirituais seguem a lista de encantos do Sacerdote do Sol, mas sem os encantos Criar nevoeiro, Olhos D’Água e Pururauca.

Lista de Encantos: Adivinhação; Aura; Barreira astral; Chama solar; Controlar animais; Cura; Desviar ataques; Detectar magia; Espada astral; Exorcismo; Levitar; Luz Solar, Metamorfose Divina; Percepção de inimigos; Percepção de Magia; Raízes; Relâmpago; Remover magia; Viagem astral; Visão astral; Ventania; Vigor.

CHANGOS

Habitam a faixa litorânea correspondente ao deserto do Atacama. São nômades, percorrendo o litoral em busca do melhor local para pescar, montando seus toldos de couro de foca ou lobo marinho. Dedicam-se à pesca com balsas feitas de pele de lobo marinho. Usam arpão de osso amarrado a uma corda de couro. Mantêm relações comerciais com os Atacameños, antes e depois do domínio incaico. Com a escassez de água, bebem sangue de lobo marinho. Usam bolsas de pescado salgado para trocar por frutas e bebidas com outras etnias. São extintos por aculturação no século XIX.

Personagens Changos

Os personagens sem magia seguem o padrão dos índios andinos. Os feiticeiros seguem a regra para Feiticeiros Indígenas. Os líderes espirituais seguem a lista de encantos do Sacerdote do Sol, mas sem os encantos Luz Solar, Pururauca e Raízes.

Lista de Encantos: Adivinhação; Aura; Barreira astral; Chama solar; Controlar animais; Criar nevoeiro; Cura; Desviar ataques; Detectar magia; Espada astral; Exorcismo; Levitar; Metamorfose Divina; Olhos D’Água; Percepção de inimigos; Percepção de Magia; Relâmpago; Remover magia; Viagem astral; Visão astral; Ventania; Vigor.

KOLLAS

Habitam o sul do Atacama, as cercanias de San Salvador de Jujuy, a Quebrada de Humahuaca e parte dos vales Calchaquís. Têm origem na mestiçagem entre índios do Altiplano deslocados pelo Império do Sol para esta região como mitimaes. Portanto, são os índios urbanos da região que adotaram, por origem ou mestiçagem, os costumes do Império do Sol. Falam quéchua e aymará. Com o tempo, sofrem processo de catequização.

Personagens Kollas

Os personagens sem magia seguem o padrão dos índios andinos. Os feiticeiros seguem a regra para Feiticeiros Indígenas. Os líderes espirituais seguem a lista de encantos do Sacerdote do Sol, mas sem o encanto Pururauca.

Lista de Encantos: Adivinhação; Aura; Barreira astral; Chama solar; Controlar animais; Criar nevoeiro; Cura; Desviar ataques; Detectar magia; Espada astral; Exorcismo; Levitar; Luz Solar; Metamorfose Divina; Olhos D’Água; Percepção de inimigos; Percepção de Magia; Raízes; Relâmpago; Remover magia; Viagem astral; Visão astral; Ventania; Vigor.

ARUAQUES

Foram os primeiros nativos do Novo Mundo a travarem contato com o colonizador branco. Vivem espalhados pelas ilhas do Caribe, Antilhas e Bahamas, toda a região norte de Santa Cruz, grande floresta e contrafortes andinos. O que importa para esta parte do jogo é que este último grupo foi completamente assimilado pelo Império do Sol. Dessa etnia fazem parte os Moxos e os Chanés, que habitam os contrafortes andinos. Os Chanés, antes da chegada dos Castelhanos, foram escravizados pelos Guaranis. Os Moxos combateram junto aos Chanés, mas acabaram sofrendo muitas perdas também. Quando os Jesuítas chegaram ao Chaco Boreal, os Moxos se transformaram em um dos mais bem sucedidos grupos de missões.

Personagens Aruaques

Os personagens sem magia seguem o padrão dos índios andinos. Os feiticeiros seguem a regra para Feiticeiros Indígenas. Os líderes espirituais seguem a lista híbrida do Sacerdote do Sol com os xamãs da selva.

Lista de Encantos: Adivinhação; Aura; Barreira astral; Camuflagem; Chama solar; Controlar animais; Criar ilusão; Criar nevoeiro; Cura; Dardos de pedra; Desviar ataques; Detectar magia; Elo mental com animais; Espada astral; Exorcismo; Levitar; Metamorfose; Percepção de inimigos; Raízes; Relâmpago; Remover magia; Viagem astral; Visão astral; Ventania; Vigor.

 

Published in: on 20 de setembro de 2016 at 18:13  Deixe um comentário  

CONFEDERAÇÃO DIAGUITA

Diaguitas foi como os Incas designaram um conjunto de tribos que habitavam as serras ao sul do Império do Sol e que falavam uma mesma língua, o Cacán. Trata-se de uma cultura antiga, do século IX, que habitava povoados bem organizados e ricos, e trabalhava os metais e a cerâmica com maestria. Apesar da resistência, foram submetidos aos Incas entre 1471 e 1533. Incorporaram, assim, o modo de vida e costumes incaicos. Construíram caminhos, tambos, pontes e templos. Aderiram à agricultura e à fabricação de tecidos. As casas eram de pedra com teto de palha.

Antes da invasão incaica, os Diaguitas viviam em pequenas aldeias independentes uma das outras. Cada qual tinha seu chefe. A preferência era pela sucessão hereditária, mas o filho deveria provar seu valor junto a seus pares. O chefe tinha várias mulheres, mas o resto da tribo era monogâmico. Com a chegada dos Incas, os vales foram divididos em setores e cada setor ficou submetido a um Curaca designado. Os setores eram compostos por grupos de habitações que se comunicavam entre si, com portas estreitas para a saída.

O chefe diaguita organizava todo o trabalho. Parte da colheita era guardada em depósitos comunitários, como no Império do Sol. Cultivavam milho, quinoa, kiwicha, pimenta, feijão, algodão e batata. Comiam uma torta de farinha chamada patay e bebiam aloja, uma bebida fermentada com base no fruto de algarrobo. Criavam lhamas, alpacas e tarucas. Os diaguitas da costa usavam pele de lobo marinho para confeccionar seus barcos de pesca.

No Império do Sol

Com os Incas, a religião se transformou em um sincretismo entre as antigas crenças e o culto ao sol, assim como a incorporação de vários mitos e deidades do Império do Sol. Os antepassados eram homenageados com menires. Os corpos eram colocados em espaços retangulares protegidos por cinco pedras, às vezes acompanhados por lhamas ou guanacos sacrificados, bem como de seus pertences.  Ao contrário da classe sacerdotal incaica, eles tinham apenas um xamã para cuidar de toda a parte espiritual.

Entre a cordilheira e o oceano Pacífico, os Diaguitas se espalharam pelos vales do Copiapó, Huasco, Elqui, Limari e Choapa, tornando-se vizinhos dos Picunches ao sul e dos Atacameños ao norte. Estes Diaguitas formaram uma aliança forte com os Incas e ganharam um papel de destaque no Collasuyo (região sul) do Império do Sol. Assim, tornaram-se o grupo nativo mais avançado do sul do continente.

A chegada dos Castelhanos

Quando os Castelhanos chegaram, os Diaguitas optaram por resistir. Os conflitos duram de 1560 a 1667. Nem todas as tribos participam das rebeliões, podendo estas permanecer em seu território original. As demais são obrigadas a se refugiar nos vales Calchaquis ou no Chaco Central.

Esse grupo de tribos é chamado pelos Castelhanos de Confederação Diaguita. Na parte oriental da cordilheira, entre os mais conhecidos estão os Calchaquis, Quilmes, Olongastas, Capayanes e Yacampis. Do lado ocidental estão os Copiapós, Huascos e Chilis. Quando os Castelhanos chegaram ao vale do Copiapó, os Diaguitas do oeste já haviam adotado o idioma mapuche. Até o final do século XVII, o Cacán havia desaparecido por completo na região.

Com a chegada dos Castelhanos, a população diaguita caiu de 30 mil para menos de 2 mil índios em apenas um século.

Os Vales Calchaquis

Sistema de vales montanhosos nas serras a oeste da Província de Tucumán, subindo a cordilheira no ponto em que abriga as montanhas mais altas. Os vales são muito estreitos e formam as quebradas.

AS PRINCIPAIS TRIBOS

Calchaquis

Habitam as áreas próximas a Salta, San Fernando de Catamarca, Santiago del Estero e San Miguel de Tucumán. São os protagonistas da primeira guerra calchaqui. Ganharam esse nome dos colonizadores devido ao líder da rebelião, Juan Calchaqui.

Moram em casas de pedra, como os Incas. Combatem com arco e flecha. Defendem-se com fortalezas chamadas púcaras, construídas em pontos quase inacessíveis da serra. Cultivam milho em andenes; obtêm lã e carne das lhamas, guanacos, vicunhas e tarucas; fabricam utensílios de cerâmica e trabalham o cobre e a prata. Fazem pictografia.

A autoridade do cacique é absoluta, e chegam ao poder por hereditariedade. A morte para um cacique é melhor do que a perda de autoridade.

Prestam culto ao Sol. As cerimônias de enterro duram oito dias e queimam a casa para evitar a volta do morto. Para eles, toda morte é violenta, portanto, provocada.

Quilmes

Procedentes do oeste, do outro lado das cordilheiras, refugiaram-se nos vales calchaquis fugindo da expansão do Império do Sol e confundindo-se com os Calchaquis. As mulheres preferem se jogar no abismo com seus filhos a se submeterem aos conquistadores. Participam intensamente da primeira e da terceira guerra calchaqui, quando tiveram que marchar 1.200 km até as reduções nas cercanias de Santa Maria de los Buenos Ayres, tornando-se praticamente extintos.

Capayanes

Habitam o norte da província de Cuyo e parte da serra pampeana, próximo a La Rioja e San Fernando de Catamarca. Tecem lãs de lhama e guanaco, trabalham o cobre e o ouro e constroem canais de irrigação. Bons agricultores. Moram em casas de adobe e barro, ás vezes usando uma grande árvore como teto. Participam da segunda guerra calchaqui. São extintos ao final do século XVIII.

Yacampis

Habitam a mesma região que os Capayanes, entre Cuyo e La Rioja. Participam da segunda guerra calchaqui. Vivem da criação de lhama e da agricultura. São utilizados como criadores de gado nas estâncias coloniais. Desapareceram após as guerras calchaquis.

Olongastas

Habitam a região entre La Rioja e Córdoba e os limites da província de Cuyo. Vivem basicamente nas grandes salinas da região. Tribo relativamente pequena, desde cedo sofre processo de dispersão étnica. Participam da segunda guerra calchaqui, sendo extintos no final do século XVIII.

OMAGUACAS

Não são Diaguitas, mas com sua participação nas guerras, acabam sendo confundidos com eles. Habitam a Quebrada de Humahuaca e a região de San Salvador de Jujuy. Receberam muita influência do Império do Sol, sendo dedicados à cultura do milho, à fabricação de tecidos e à cerâmica. Fundem o bronze para fazer armas e utensílios. Domesticam as lhamas e vivem em casas no estilo incaico. Assim como os Diaguitas, são formados por uma confederação de diversas pequenas tribos. Protagonizam a rebelião de 1594, liderados pelo cacique Viltipoco.

PERSONAGENS DIAGUITAS E OMAGUACAS

Os personagens sem magia seguem o padrão dos índios andinos. Os feiticeiros seguem a regra para Feiticeiros Indígenas. Os líderes espirituais seguem a lista de encantos do Sacerdote do Sol, mas sem os encantos Luz Solar, Olhos D’Água e Pururauca.

Lista de Encantos: Adivinhação; Aura; Barreira astral; Chama solar; Controlar animais; Criar nevoeiro; Cura; Desviar ataques; Detectar magia; Espada astral; Exorcismo; Levitar; Metamorfose Divina; Percepção de inimigos; Percepção de Magia; Raízes; Relâmpago; Remover magia; Viagem astral; Visão astral; Ventania; Vigor.

Published in: on 20 de setembro de 2016 at 17:47  Deixe um comentário  

CHONOS

Os Chonos habitam principalmente as ilhas Guaitecas, ao sul de Chiloé, podendo se estender um pouco mais ao sul, onde se encontram os Kawésqar, e ao norte, chegando até o território dos Huilliches. Foram estes mapuches do sul, aliás, que praticamente expulsaram os Chonos de Chiloé antes da chegada dos Castelhanos. Assim como os Kawésqar, entranham-se pelos vales andinos, travando contato com os Patagões.

O corpo é mais proporcional, a pele mais clara e os hábitos não são muito distintos de seus vizinhos do sul: são nômades, caçam lobos marinhos e pescam. Vivem em grupos de 3 a 4 famílias, instalando-se temporariamente em uma costa, considerando aquele o seu território, mesmo que temporário. A coleta de algas e mariscos é realizada pelas mulheres. Consideram tabu jogar no mar as conchas dos mariscos que comem. A partir do século XVII, passam a plantar batatas e alguns grãos.

Andam de dalca, um tipo de piroga com cerca de 10 metros de comprimento, cabendo até 12 tripulantes. A dalca tem uma vela feita de pele de lobo marinho, bem como âncora de pedra e madeira. Assim como os Yámanas e os Kawésqar, de quem são aparentados, vivem parte do tempo em suas embarcações. Em terra, vivem em tendas ou cavernas. Usam lanças, maças, anzóis de madeira, redes de fibra vegetal e pederneiras. Cobrem o torso com capas de couro, algas marinhas ou tecido de pelo de cachorro.

A exploração Castelhana começou em 1553, com Francisco de Ulloa, quando se iniciou a ocupação de Chiloé. Inicialmente, os Chonos evitaram os Castelhanos e até mesmo apoiavam os corsários inimigos.

Os Jesuítas chegam às ilhas dos Chonos em 1612. As visitas são interrompidas em 1630. Depois, os Chonos passam a ir a Chiloé em busca de mulheres e metais. Os Castelhanos não podem evitar os ataques, mas podem retaliar, indo às ilhas dos Chonos buscar prisioneiros, que viram escravos e, nessa condição, duram pouco tempo, pois não resistem à mudança de hábitos e de alimentação.

Em meados do século XVII, um chono espalha o boato de presença britânica ao sul de Chiloé. O Vice-Rei de Nova Castela envia uma frota de 12 navios, apenas para descobrir que era um trote.

No início do século XVIII, famílias de Chonos começam a chegar ao forte San Miguel de Calbuco desejando a paz e querendo viver entre os colonos. Muitos viram cristãos e são assentados. Incomodados por madeireiros, a maioria decide voltar ao nomadismo. A missão então se muda para Quinchao, onde outras famílias haviam se estabelecido. À medida que mais assentamentos são feitos, os Jesuítas se deslocam para a vila mais populosa. As autoridades concluem que é muito difícil assentar e catequizar os Chonos, considerando-os hostis e escorregadios. Até o final do século XVIII, os Chonos praticamente desaparecem por meio da mestiçagem com os Huilliches.

Magia e Religião

Os Chonos enterram seus mortos nas cavernas, onde permanecem secos, sem apresentar sinais de decomposição, postos com as pernas flexionadas, em posição fetal.

Assim como os Yámanas e os Kawésqar, há os espíritos ligados à natureza.

PERSONAGENS CHONOS

Os personagens sem magia seguem o padrão dos personagens indígenas, sendo as habilidades Caça e Pesca, Nadar, Navegação e Senso de Orientação obrigatórias.

A magia dos xamãs recebe bastante influência dos Kawésqar e um pouco dos Huilliches, o que leva a ter um ou outro chono entre os Calcus.

Lista de Habilidade: Navegação; Cultura indígena; Ervas e plantas; Mitos e lendas; Ocultismo (atributo relacionado: Inteligência). Habilidades obrigatórias: Todos.

Lista de Feitiços: Adivinhação; Andar sobre as águas; Amaldiçoar; Aura; Barreira astral; Chamado; Comunicar-se com animais; Controlar água; Criar ilusão; Criar nevoeiro; Cura; Desviar ataques; Detectar magia; Elo mental com animais; Exorcismo; Homeotermia; Invocar Espíritos; Levitar; Metamorfose; Olhos d’água; Relâmpago; Remover magia; Respirar sob as águas; Ventania; Viagem astral; Visão astral; Visão noturna.

Published in: on 20 de setembro de 2016 at 17:26  Deixe um comentário  

KAWÉSQAR

Vivem nas ilhas do arquipélago voltadas para o Pacífico, do Estreito até o Golfo de Penas, onde uma geleira desce as cordilheiras até quase se encontrar com o mar. Por ocupar um território tão extenso e descontínuo, os Kawésqar são compostos por três grandes grupos com diferenças dialetais mais marcadas do que os Yámanas.

Os Kawésqar são bem mais baixos que os patagões, não passando muito de 1,60 m. A baixa estatura é compensada pelo tórax e costas largas e fortes. As pernas, entretanto, são curtas e finas, consequência de uma vida quase toda passada dentro de uma canoa, a hallef. A hallef possui de 8 a 9 metros de comprimento, sendo feita uma fogueira em seu centro. Possui uma manta de couro para cobri-la por inteiro em forma de toldo.

Não possuem casas ou aldeias, vivendo em suas canoas com a família, deslocando-se entre uma ilha e outra, sempre em busca de alimento. Só quando o clima não permite é que acampam em terra firme. Nestas ocasiões, montam sua choça com madeira e peles.

Como os Yámanas, a unidade é familiar, vivendo em pequenos grupos. Ocasionalmente, juntam duas ou três famílias para tarefas específicas. As vestimentas são iguais às dos Yámanas, mas sem proteção dos genitais. A poligamia é rara, mas não proibida. A infidelidade feminina, entretanto, é severamente punida.

Alimentam-se de peixes, leões-marinhos, foca e lontra. Às vezes matam uma ave para comer. A carne pode ser assada, mas muitas vezes é comida crua e sem sal. Não possuem vasilhas para armazenar comida, apenas pequenas bolsas de couro. Também deixam sambaquis no litoral, pois julgam que jogar as conchas de volta ao mar traz má sorte. Quando, eventualmente, conseguem caçar uma baleia, chamam outros grupos por meio de sinais de fumaça para repartir a carne e a gordura abundantes, bem como os ossos e nervos.

Usam ferramentas de osso, pedra, madeira, conchas, peles e nervo de baleia. Como armas, usam o arco e flecha, fundas, arpões e facões de ossos de baleia. Eles encontram pirita de ferro para fazer fogo em uma ilha que divide o seu território com os Yámanas, no final do Estreito.

Com as hallef, exploram as reentrâncias da cordilheira e avançam para dentro do território dos patagões. Comerciam com os Selknam, Yámanas, Aonikénk e Chonos, sendo a única etnia a manter contato com todos os povos do extremo sul. O primeiro contato com homens brancos foi em meados do século XVI.

Magia e Religião

Da mesma forma que os Yámanas, não possuem culto. A morte é razão de reunião de todo o grupo familiar. O morto é velado com dor e silêncio, enquanto uma fogueira é mantida acesa para manter Ayayema afastado. Depois, o morto é envolto em pele de foca e entregue a Ayayema. De acordo com as circunstâncias, a sepultura pode ser uma fenda na rocha, o fundo do mar, um pequeno mausoléu ou o pântano.

Ówurkan é o xamã.

Alep-láyp é o deus bom.

Ayayema é o espírito do caos.

Assim como os Yámanas, há os espíritos ligados à natureza.

PERSONAGENS KAWÉSQAR

Os personagens sem magia seguem o padrão dos personagens indígenas, sendo as habilidades Caça e Pesca, Nadar, Navegação e Senso de Orientação obrigatórias.

Ówurkan

Xamã, tanto homem quanto mulher, responsável pela sabedoria e transmissão oral do conhecimento de seu povo. A magia dos Kawésqar é similar a dos Yámanas, com pequenas diferenças.

Lista de Habilidade: Navegação; Cultura indígena; Ervas e plantas; Mitos e lendas; Ocultismo (atributo relacionado: Inteligência). Habilidades obrigatórias: Todos.

Lista de Feitiços: Adivinhação; Andar sobre as águas; Amaldiçoar; Aura; Barreira astral; Controlar água; Criar nevoeiro; Cura; Desviar ataques; Detectar magia; Elo mental com animais; Exorcismo; Homeotermia; Invocar Espíritos; Levitar; Nevasca; Olhos d’água; Ouvir o vento; Relâmpago; Remover magia; Respirar sob as águas; Ventania; Viagem astral; Visão astral; Visão noturna.

Published in: on 20 de setembro de 2016 at 17:24  Deixe um comentário  

YÁMANAS

Os Yámanas vivem nas ilhas ao sul da grande ilha da Terra do Fogo, bem como em dezenas de ilhas de tamanhos bem variados espalhadas ao sul dela. A dispersão territorial acabou formando cinco grupos que apresentam diferenças dialetais (Wakimaala, Utumaala, Inalumaala, Ilalumaala e Yeskumaala), havendo pequenas rusgas territoriais. Mas, no geral, os Yámanas são unidos e mantêm intercâmbio entre si.

De temperamento alegre, os Yámanas são nômades e muito hábeis em suas canoas, chamadas anan, que usam para pescar e ir de uma ilha à outra. As anans são de tamanhos variáveis, podendo ter de 3 a 5 metros de comprimento e cerca de 1 metro de largura. O remo tem forma de lança para não enganchar nas águas. As mulheres remam no timão, na popa. As crianças ficam no centro, cuidando do fogo. Os homens ficam na frente, atentos à caça com os arpões em prontidão. Mas são as mulheres que mergulham na água fria para recolher a presa.

A principal atividade é a caça de mamíferos marinhos, usando arpões compridos. Os Yámanas não plantam. Quando acampam, comem guanaco, cogumelos, aves e ovos. Deixam sambaquis nas costas, pois jogar as conchas de volta ao mar é considerado tabu, traz má sorte.

Apesar do frio, boa parte do corpo fica descoberta, para evitar a saturação por umidade, o que aceleraria a perda de calor. Para se protegerem do frio, passam gordura de leão-marinho. Usam o couro desse animal sobre os ombros como capa. Vestem mocassim para os pés e cobrem os genitais com couro. As mulheres usam colares com ossos de ave ou pequenos caracóis. As ferramentas usadas são de osso, madeira, pedra e couro. Dos animais também se aproveitam os tendões, nervos e fibras vegetais. Além do arpão, usam flechas e lanças.

As águas na região dos Yámanas são mais calmas do que no resto do arquipélago. Os Yámanas são muito conscientes das mudanças climáticas e dos perigos da região. As ilhas do sul são mais acolhedoras e com mais recursos que as ilhas voltadas para o Pacífico, sempre assoladas pelo mau tempo e ventos fortes. E são mais quentes do que o território dos Selknam.

Formam grupos desprovidos de um cacique. A base é a família, dirigida pelo pai, com atribuições para cada integrante. Os grupos familiares coexistem e interagem formando pequenos grupos de caça. Durante o inverno, buscam refúgio na costa. O idioma é próprio. Os Yámanas não possuem parentesco com os Selknam, mas sim com os Kawésqar e Chonos, ainda que distante.

A relação com os Kawésqar é amistosa, de intercâmbio, incluindo alianças matrimoniais. As hostilidades são direcionadas aos Selknam, principalmente por questões territoriais dentro da grande ilha.

O primeiro contato com os brancos ocorre em 1577, com o navio avariado de Francis Drake. Em 1624, travam contato com a Frota Nassau, de Jacob de L’Hermite. Ao descerem numa ilha para pegar água e lenha, ajudados pelos Yámanas, 19 tripulantes holandeses ficam retidos devido ao repentino mal tempo. Os Yámanas surpreendem e atacam os estrangeiros, matando 17 deles, sendo que cinco são deixados esquartejados na praia; os outros 12 são levados. Só dois tripulantes sobreviveram.

Magia e Religião

Um Yámana é enterrado junto com seus pertences e sua sepultura é abandonada pelo resto da tribo.

Yekamush  é o xamã.

Watauinewa é a principal deidade, bondoso e justiceiro, a quem tudo se pede. Mas não há nenhum culto ou adoração.

Curspi é o espírito maligno, que os castiga com vento, chuva e neve, e dificulta a busca por alimentos. O arco-íris é visto como o mensageiro de sua ira.

Os demais espíritos, os Yoalox, estão associados à natureza (rios, ilhas, montanhas, animais, mares etc.) ou até mesmo a objetos.

PERSONAGENS YÁMANAS

Os personagens sem magia seguem o padrão dos personagens indígenas, sendo as habilidades Caça e Pesca, Nadar, Navegação e Senso de Orientação obrigatórias.

Yekamush

São os xamãs da tribo, e não são muitos. Os jovens que apresentam aptidão para magia são reunidos em uma mesma vivenda, afastada dos acampamentos, onde são treinados e postos à prova.

Ao contrário de seus vizinhos Selknam, a magia yámana é restrita e pragmática, voltada para a atividade de pesca e aos obstáculos enfrentados no cotidiano da tribo.

Em seu uso do feitiço Adivinhação, os Yekamush se especializaram em prever as mudanças do tempo, obtendo resultados bastante precisos.

Lista de Habilidade: Navegação; Cultura indígena; Ervas e plantas; Mitos e lendas; Ocultismo (atributo relacionado: Inteligência). Habilidades obrigatórias: Todos.

Lista de Feitiços: Adivinhação; Andar sobre as águas; Aura; Barreira astral; Controlar água; Controlar vento; Criar nevoeiro; Cura; Desviar ataques; Detectar magia; Elo mental com animais; Exorcismo; Homeotermia; Invocar Espíritos; Levitar; Olhos d’água; Ouvir o vento; Pacificar; Relâmpago; Remover magia; Respirar sob as águas; Ventania; Ventura; Viagem astral; Visão astral; Visão noturna.

Published in: on 20 de setembro de 2016 at 17:22  Deixe um comentário  

CHARRUAS

Os Charruas ocupam quase todas as terras orientais do rio da Prata, e uma parte da margem oeste do rio Uruguay. Devido a um incidente inicial no início da exploração desses rios, as relações com os Castelhanos nunca foram das melhores. Em 1552, próximo a onde Colônia do Sacramento foi erguida, os Castelhanos fundaram a Vila de San Juan, completamente destruída pelos Charruas no ano seguinte. Em 1574, um pouco mais ao norte, fundaram a cidade Zarantina del San Salvador, arrasada três anos depois.

Esses nativos não são mesmo de trato fácil. Há aqueles, mesmo dentro da Companhia de Jesus, que o consideram caso perdido, selvagens incorrigíveis. Mas essa avaliação é fruto da pouca informação que os colonos possuem sobre eles. Apesar de serem nada pacíficos, não são totalmente imunes ao trato diplomático.

Os Charruas vivem da caça e da coleta. Comem basicamente carne e peixe. Com a chegada dos Castelhanos, eles mostraram afinidade com as habilidades equestres e desenvolveram a criação de gado bovino. Mas, antes de aderirem aos cavalos, caçavam na corrida e alcançavam os veados. Não há mais de cem nativos por aldeia, mas cada grupo possui cerca de quinhentos cavalos.

O semblante deles parece sempre triste e a fala gutural assusta os viajantes. A estes costumam oferecer comida sem precisar receber nada em troca. E, quando recebem, não se mostram alegres. Não mostram medo ou espanto, só tristeza.

Eles são robustos e altos, rosto e ossos largos, lábios grossos, boca e cabeça grandes, nariz comprido e estreito, geralmente furados. Os olhos são escuros e horizontais; dentes fortes, sempre brancos, mesmo nos mais velhos. O cabelo é comprido, liso e duro; não têm barba e quase nenhum pelo no corpo, mas as sobrancelhas são salientes. A pele é bronzeada. Tem o tipo atlético e proporcional, mas as mãos e os pés são relativamente pequenos. Os homens são muito semelhantes às mulheres, que têm pouca cintura e seios pouco volumosos em relação aos demais nativos de Santa Cruz.

São altivos, soberbos e ferozes, sempre de cabeça erguida, com aspecto taciturno e sério. No verão, andam nus. No inverno, vestem um poncho de pele e um pedaço de couro atado aos pés. Possuem vista e audição perspicazes, atributos necessários para quem dorme nos campos e leva uma vida nômade. Só levam consigo peles, redes pra caçar, armas e pequenas vasilhas. Já as mulheres usam colares, plumas nos cabelos, tatuagens no rosto e vestem um pano que cobre da cintura até o joelho.

As vivendas são muito precárias, próximos aos rios, fáceis de armar e mudar. Quatro postes enterrados, com esteiras horizontais, sem teto. Aos homens cabem a caça e a defesa da tribo. Às mulheres cabem erguer as tendas, coletar alimentos e cozinhar.

Entre os casais, não há galanteios ou cerimônias. O homem pede a mulher pra família dela e pronto. As mulheres raramente negam e geralmente vão com o primeiro que pedir, mesmo se for velho e feio. O pretendente só precisa ser capaz de alimentar sua própria família.

Há poligamia e monogamia. A poligamia é permitida, mas só para os homens. Mas, se a mulher não quiser compartilhar o marido com outra, ela pode ir embora e se casar novamente. O adultério, no máximo, rende uns sopapos entre os envolvidos. As uniões são esporádicas, mas quando há filhos a tendência é a relação perdurar. Não há incesto, embora não seja oficialmente proibido.

A criação das crianças fica por conta das mães, especialmente as meninas. Os pais ensinam aos meninos a arte da caça e da guerra. As crianças aprendem desde cedo a atirar suas flechas montadas nos cavalos. Os pais não proíbem nada aos filhos e só ensinam as coisas práticas. Se ficam órfãos, são criados pelos parentes.

Como acontece com os Guaranis, os Charruas não constituem um povo homogêneo. Eles também se subdividem em pequenas tribos, das quais consegui distinguir três pequenos grupos que vivem nos limites do território charrua.

Os Bohanes

Trata-se de um grupo que vive às margens orientais do rio Uruguay. As terras deles quase alcançam a Missão de Yapeyú. Sinto que daqui a algumas décadas não será possível identifica-los, pois estão sendo aos poucos sendo absorvido pelos Charruas.

Quando a escravidão de nativos era permitida, os Charruas vendiam escravos aos Castelhanos, obtidos principalmente junto aos Bohanes. Mas ainda hoje trocam cativos por objetos com os Guaranis que ainda permanecem selvagens.

Os Minuanos

Os Minuanos vivem entre os rios Uruguay e Paraná, sendo também nossos vizinhos. Vivem nos campos. Esse grupo possui testa alta e peito largo; são corpulentos e bem definidos. Seus caciques podem ter muitas mulheres. Os homens se casam já maduros e as mulheres muito jovens. As mulheres armam os acampamentos, cozinham, vigiam as reses, pulem as bolas de pedra das temidas boleadeiras, coletam alimentos e levam as crianças nas mudanças, enquanto os homens seguem a cavalo levando as armas, pronto pra caçar qualquer presa avistada. Apenas a geografia ajuda a distingui-los dos Charruas.

Os Yaros

Os Yaros forma o grupo mais facilmente reconhecível, pois são mais baixos que os Charruas, sendo mais comum confundi-los com os Guaranis. Eles espetam um osso de peixe no queixo e usam lança e arco e flecha como armas, ao invés das boleadeiras tão apreciadas pelos demais. Os caciques vestem pele de veado e podem cumprir as funções do xamã. Os Yaros ocupam uma área mais afastada do rio Uruguay, subindo por dois afluentes das terras orientais.

A Origem

Os Charruas descendem de dois grupos: aqueles que os Castelhanos chamam de Patagões, que vivem no Planalto das Visões, e dos Guaycurus, que vivem no Chaco. Apesar dessa origem, os Charruas receberam bastante influência cultural dos Chandules, uma pequena tribo de guaranis canoeiros que vivem nas ilhas do rio da Prata. A relação com os Guaranis em geral é de muita troca e rivalidade. O idioma é próprio.

Organização

Os Charruas se organizam em cacicados escolhidos por consenso. Em necessidade de guerra, é designado um Cacique-Geral. Exceto em tais circunstâncias, a sociedade é muito horizontal, sem distinção entre os membros. Não há leis os costumes obrigatórios, nem recompensas ou castigos.

Os caciques não exercem nenhuma autoridade. Os chefes de família se reúnem para decidir sobre as sentinelas noturnas, os postos de observação, sobre a possibilidade de um ataque ou projeto de defesa. Se for aprovado, ninguém está obrigado a participar, nem mesmo quem fez a proposta.

Um chefe é responsável por um grupo de 10 a 15 famílias, que ficam unidas por questão de defesa. Cada um resolve diretamente suas diferenças particulares. Quando não estão de acordo, pelejam até que um dê as costas ao outro e não se fala mais no assunto. Jamais usam armas nestas ocasiões.

As Armas

Como arma, usam boleadeiras, lanças de madeira, porretes tipo rompe-cabeças, fundas, venábulo e arco e flecha. São certeiros na pontaria das flechas e das boleadeiras.

As boleadeiras são feitas de três bolas de pedra grossas como um punho, recobertas de couro. Estão unidas por uma corda de couro de um metro, enlaçadas em nó comum. Ao alcançar o animal, enreda suas patas. Pode alcançar de 30 a 100 metros. O charrua pega com a mão a menor das três e dá voltas com força por cima da cabeça até largá-la. Há outro tipo de apenas uma bola, chamada ‘bola perdida’. Pode alcançar 100 metros. Pode também ser usada como arma de proximidade, sem largar a corda.

Os rompe-cabeças são feitos de pedras com pontas talhadas, esféricas, que sobressaem uns 2 cm, atadas com uma tira de couro a um porrete de 40 cm.

Venábulo é uma arma com cabo, formada por uma longa vara provida de ferro, e empregada para caçar.

Charruas em Guerra

Nas guerras, os Charruas ocultam as famílias nos bosques. As expedições são normalmente feitas antes do amanhecer. Os exploradores são enviados por 6 léguas. Caso sejam vistos, os batedores partem em direção contrária ao resto da tribo. Também fazem falsos ataques e fugas simuladas, preparando emboscadas para seus perseguidores. Após receberem as informações dos exploradores, os guerreiros marcham lentamente. Quando chegam perto, caem sobre os inimigos como um raio. Matam a todos. Só levam como prisioneiros as mulheres e as crianças com menos de 12 anos. Esses prisioneiros ficam em liberdade dentro da tribo. São muito ousados e cruéis nas batalhas, mas muito humanos e piedosos com os cativos. Para alívio dos Castelhanos, não costumam aproveitar sua vantagem na batalha para continuar atacando, satisfazendo-se com uma vitória simples.

Os Charruas e os Castelhanos

Os problemas com os colonos começaram logo na expedição de Gaboto. Em pouco tempo os Charruas, inicialmente amistosos, irritaram-se com a atitude e as ações dos Castelhanos e decidiram tratá-los como inimigos.

Em 1552, próximo a onde Colônia do Sacramento é posteriormente erguida, os espanhóis fundaram a Vila de San Juan, que é destruída pelos Charruas no ano seguinte. Em 1574, um pouco mais ao norte, fundaram a cidade Zarantina del San Salvador, completamente destruída três anos depois.

Os Franciscanos tentam, sem sucesso, colocá-los em uma missão. Os Jesuítas sequer se dão ao trabalho, considerando-os selvagens incorrigíveis.

Em 1702, na Batalha Del Yi, os Charruas enfrentam um exército de dois mil guaranis oriundos das missões, sob o comando dos Castelhanos. Saldo de 300 mortos e 500 prisioneiros conduzidos às reduções próximas a Santa Maria de los Buenos Aires, para onde, poucas décadas antes, foram levados os Quilmes. Duzentos charruas são mortos à traição, degolados.

Posteriormente, ocorre novo confronto contra um exército de quatro mil guaranis, com final semelhante. Os Castelhanos lideram seguidas campanhas de extermínio dos Charruas, promovendo uma guerra sistemática em meados do século XVIII.

Relações perigosas

Os lusitanos de Colônia do Sacramento fizeram aliança com Minuanos e Charruas para combater os Castelhanos, tentando reproduzir a bem sucedida aliança com os Tupiniquim. Mas a situação no sul é bem mais instável.

Os atritos com os Jesuítas missionários levaram os Charruas a aceitar a aliança, mas em nenhum momento a tribo desenvolveu uma colaboração próxima com os Lusitanos, escaldados que estavam da experiência com os Castelhanos.

Se, por um lado, os Charruas não são os aliados confiáveis e manipuláveis que os Lusitanos desejavam, os Lusitanos de Colônia do Sacramento não mostram ser o aliado branco poderoso que os Charruas esperavam.

A estratégia do governador de Colônia do Sacramento é manter os Castelhanos ocupados e afastados para que os Lusitanos tenham tempo para consolidar sua ocupação na região. A estratégia dos Charruas é anular a ameaça dos Jesuítas, aliados de seus inimigos Guaranis. Mas o Vice-Rei de Nova Castela vê nessa aliança uma ameaça maior e mais imediata ao projeto de colonização da Província do Rio da Prata.

À medida que os atritos com os Charruas vão se sucedendo, as forças reunidas das províncias do Rio da Prata, do Guayrá e do exército guarani das Missões estão sendo reunidas para por fim de uma vez por todas a essa ameaça.

MAGIA E RELIGIÃO

Apesar de sua ancestralidade, a relação dos Charruas com o mundo espiritual é mais semelhante a dos Guaranis, tanto no distanciamento quanto no uso da erva-mate exclusivamente como bebida ritual.

Ao contrário dos Guaranis, não praticam a antropofagia. Porém, devido à presença constante de Guaranis na região, e a semelhança destes com os Yaros, alguns incidentes nesse sentido envolvendo Guaranis acabaram sendo creditados pelos colonos aos Charruas.

Os xamãs exercem um papel muito semelhante ao pajé dos Guaranis, inclusive nos poderes

O Luto Charrua

Os Charruas acreditam no além-vida, como praticamente todas os povos do Novo Mundo. Suas tumbas são construídas nos cerros, em pouca profundidade, sendo o corpo coberto por terra, galhos ou pedras. Sobre a tumba do guerreiro eles colocam a boleadeira, sua arma mais característica. A lança é cravada de um lado e o cavalo, do outro, sacrificado por um parente. Eles fazem isso para que o morto possa fazer sua viagem no mundo astral. Dentro da sepultura, são depositadas as peles e rompe-cabeças, com o morto envolto na própria rede.

Os parentes choram muito a perda de um familiar. Se for um pai, um marido ou um adulto, as filhas e as irmãs adultas cortam, assim como a esposa, uma das articulações dos dedos, começando pelo mindinho. Também fazem feridas com a faca do morto nos braços, nos seios, nas costas, e da cintura pra cima. Depois passam dois dias enfurnadas em suas choças. Eu mesmo vi algumas anciãs charruas com apenas o polegar.

O marido não faz luto pela esposa, nem o pai pelos filhos. O filho adulto, no caso da morte do pai, passa dois dias completamente nu em sua choça. Depois procura outro charrua e pede para que atravesse o seu braço com vários estiletes de bambu. Neste estado, sai nu pelo bosque, sem temer a nenhum animal, empunhando um rompe-cabeças, e com ele cava um buraco onde se enterra até o peito e passa a noite. Pela manhã, deixa o buraco e volta para a cabana. Retira os estiletes, deita-se e passa dois dias de jejum. Depois desse tempo, seus parentes passam a levar-lhe água e comida em pequenas quantidades, deixando os alimentos no chão da cabana e se retirando. Tudo isso dura 10 dias. Ninguém é obrigado a fazer tal ritual, mas é raro que não o façam. Quem não faz é considerado débil, fraco.

Apesar de sua ancestralidade, a relação dos Charruas com o mundo espiritual é mais semelhante a dos Guaranis, tanto no distanciamento quanto no uso da erva-mate exclusivamente como bebida ritual.

PERSONAGENS CHARRUAS

Os personagens sem magia seguem o padrão dos personagens indígenas. Não são obrigatórias, mas convém adquirir as habilidades Montar animais e Nadar.

Os xamãs charruas seguem as mesmas regras do Pajé, com quase a mesma lista de feitiços e habilidades.

Lista de Habilidade: Nadar; Caça e Pesca; Rastear; Arco e Flecha; Luta com tacape. Habilidades obrigatórias: Conhecimento da mata; Cultura indígena; Ervas e plantas; Mitos e lendas; Ocultismo.

Lista de Feitiços: Adivinhação; Barreira astral; Camuflagem; Chamado; Comunhão com a floresta; Comunicar-se com animais; Controlar animais; Controlar plantas; Controlar vento; Criar ilusão; Cura; Dardos de pedra; Elo mental com animais; Exorcismo; Levitar; Metamorfose; Ouvir o vento; Remover magia; Ventania; Viagem astral; Visão astral; Yaguaty.

Published in: on 20 de setembro de 2016 at 17:08  Deixe um comentário