4ª Sessão – A Cidade dos Césares

♥ 26 a 30 de julho de 1651 – viagem

O grupo viaja até as geleiras e desce na fenda mágica parar entrarem no túnel de gelo. Na última noite, avistam mais uma vez as luzes nas montanhas.

♥ 31 de julho – túnel de gelo

É um túnel estreito, parece não ter fim. Aruana, Rocha e Paulo já se sentiram assim antes, mas menos gelado. Acabam tendo que dormir no gelo.

♥ 1° de agosto – túnel de gelo

Eles chegam a uma espécie de escorrega que os leva até uma caverna, onde parece haver umas pedras. Rocha avista um vulto por trás de uma parede de gelo. Após investigações mágicas de Nahuapy e Naomi, notam que é um mamute congelado, e, pior, ainda há vida nele. Saem de fininho.

O caminho acaba. A única chance é um buraco que leva para o alto. Não dá para ver o final. Nahuapy tenta fazer uma metamorfose, mas sente dores horríveis. Chega à conclusão que é por causa da criança.

Nahuapy e Naomi sobem levitando um trecho. Os outros seguem, mas a subida é difícil e muito cansativa. A saída é num buraco debaixo de uma pedra. Eles estão no alto da montanha, entre os dois picos.

Paulo pega o facão e vislumbra a Cidade dos Césares. Eles começam a descer a montanha. Passam a noite.

♥ 2 de agosto – lago

O facão revela uma ponte mística. Eles seguem o caminho até chegarem no lago, que é imenso. No centro há uma ilha que abriga uma grandiosa cidade. Ao pisarem nas águas, ergue-se uma serpente que cospe fogo. O seu último ataque é provocar uma onda que os joga longe. Como ninguém mais entra na água, a serpente desaparece.

Eles caminham para a montanha de diamante. Ela termina na água. Tentam, mas não conseguem, tirar uma lasquinha. Decidem dar a volta por trás. Acampam no alto de um barranco, perto do lago. À noite, são vencidos por um sono irresistível.

♥ 3 de agosto – Cidade dos Césares

Eles acordam num quarto na Cidade dos Césares. O quarto é luxuoso, mas estão presos. Entram uns homens com barba, bem vestidos e altivos. Não explicam nada, apenas pedem para que Tendresse, Nahuapy, Hernandez e Aruana o acompanhem. Naomi e Paulo acham uma passagem secreta e chegam ao corredor. Chegam a vislumbrar uma sala de tesouros, mas sem entrada. Acham uma porta para a rua, mas decidem voltar.

Os homens voltam e carregam Rocha. Ele é levado a um quarto ainda mais luxuoso. Umas mulheres lhe dão banho. Depois disso, surge uma mulher irresistível e eles transam.

A Tendresse e seu grupo é explicado a origem do lugar. Eles vieram de Roma há muito tempo atrás, pois sabiam que os caminhos da civilização não seriam de seu agrado. Eles vivem por muito tempo.

Decidiram vir para Santa Cruz, numa área mais deserta, e construir sua cidade. Os índios não mais o incomodam e há tempos não recebem visitas. O facão que encontraram na montanha é de um deles, que partiu para ver como anda o mundo. Assim, eles pedem o facão de volta, para que retorne ao seu lugar.

Eles passeiam pela cidade. À noite, todos voltam para o seu quarto. São avisados que terão de partir no dia seguinte.

♥ 4 de agosto – viagem

Um barco os espera para atravessar o lago. Chegam a ver alguém diferente observando do alto do muro. Parece ser um casal de índios, mas bem diferentes. São dois Guajáras que circulam livremente pela Terra de Santa Cruz.

O guia deles os leva até uma trilha esfumacenta. Dá uma moeda de ouro a Naomi, uma de prata a Paulo, um cordão de água a Nahuapy, outro de lobo a Tendresse. A Aruana, um colar indígena com um sol de pedra (presente dos guajáras, mas ela não sabe).

Depois, diz que eles se esquecerão do que aconteceu, lembrando apenas em sonhos. Naomi não se conforma. Eles andam e surgem numa floresta, sem lembrar o que aconteceu.

Ao acampar de noite, reparam nos presentes e estranham. Fazem “Aura”, mas as leituras são confusas, como um sonho.

[Nota do Mestre: aparentemente, Rocha ficou sem presente. Quando fiz o encontro dele, a ideia inicial era dar uma compensação pelo que estava por vir. Depois, pensei em usar isso da mesma forma que o pingente de pedra da Cidade Sagrada (que só podia ser usado uma vez), como algo que lhe desse uma bonificação. Pedi para ele me lembrar disso posteriormente. O evento foi chamado de “Encontro com Vênus”. Toda vez que a coisa apertava, o jogador me lembrava: “Ô, mestre! Lembre-se que eu tenho esse Encontro com Vênus”. Não sabia ao certo como encarar os habitante da Cidade dos Césares. Uma raça de “deuses”? Humanos longevos? Após essa sessão, passei a considerar seriamente a possibilidade de introduzir imortais no grupo, numa versão adaptada da série Highlander. Nesse caso, esses “deuses” seriam imortais muito antigos que souberam acumular muito poder. Mas como eles surgem? Como nascem? Seria uma raça antiga? Magia? Ritual? Genético? Acaso, mutação? Pensei que, talvez, uma raça muito antiga tivesse o dom de gerar novos imortais, algo como se apenas os antediluvianos pudessem fazer novos vampiros. Com essas ideias na cabeça, passei a considerar a possibilidade de transformar Rocha em um imortal, um prêmio mais do que merecido para o personagem mais antigo de O Desafio dos Bandeirantes. De qualquer forma, achei por bem testar primeiro a concepção de imortal por meio de um NPC.]

♥ 5 de agosto – viagem

Sem incidentes

♥ 6 de agosto – viagem

Eles saem da floresta, no alto de um barranco. Abaixo, veem um homem, parece branco, sendo perseguido por dezenas de índios. Naomi faz uma ilusão do mamute para assustar os índios. Isso funciona muito bem, mas bem até demais, pois o homem começa a gritar feito louco. Eles descem o barranco correndo e tentam acalmá-lo.

Ele parece em estado de choque e ligeiramente perturbado. É um bretão ruivo, cabelos de fogo. Seu nome é Richard.

À noite, ele apaga de esgotamento físico e mental.

[N. do M.: Richard é o personagem inspirado no naturalista da minha antiga sessão passada no Planalto das Visões. Eu já tinha concebido ele como NPC, mas calhou de, nesta sessão, aparecer um jogador novo. Richard, posteriormente, mudou de mãos, mas o outro jogador nunca se sentiu à vontade em interpretar um personagem mais cerebral, de forma que, eventualmente, ele acabou virando um NPC.]

♥ 7 de agosto – viagem

Eles têm a oportunidade de conversar com o sujeito. É um bretão, naturalista, totalmente racionalista, apesar de religioso. Ele fazia parte da caravana de Antoine.

Tendresse pergunta por Pierre. Ele diz que havia dois. Um muito calado e misterioso, outro muito expansivo e carismático. Ambos ele conheceu em Santa Fé. A caravana era um misto de missão científica, exploratória e caça ao tesouro.

Ele reconta a história do ataque do mamute, dizendo que viu dois homens serem devorados.

À noite, Tendresse volta a sonhar com a caverna e a água pingando. Acorda chorando, com a certeza de que era Pierre. O grupo decide voltar para o norte no dia seguinte.

[N. do M.: os eventos dos dois últimos dias eram pra acontecer na sessão seguinte, mas os jogadores ficaram muito frustrados com a resolução da Cidade dos Césares. Então resolvi dar outra coisa pra eles pensarem.]

FIM DO CAPITULO 1

3ª Sessão – Agschen

♥ 3 de julho de 1651 – viagem

Eles decidem deixar as lhamas para trás. Tentam, sem sucesso, convencer Nahuapy de não ir. Sobem as cordilheiras.

♥ 4 a 7 de julho – viagem

Quase não avançam nestes dias. O frio é intenso e quase todo o grupo fica doente.

♥ 8 de julho – viagem

O grupo está decidido a voltar quando Naomí pede conselhos aos seus espíritos, que avisam que uma boa dose concentrada de “Cura” deve resolver o assunto. E resolve.

♥ 9 a 11 de julho – viagem

Sempre subindo.

♥ 12 de julho – viagem

Chegam ao lago e ao início das geleiras. O grupo tem alguma dificuldade em andar sobre elas, principalmente em saltar as enormes fendas. Mas acabam se acertando.

A noite cai e têm que dormir sobre o gelo. Ao longe, nas montanhas, veem uma pequena fila de tochas passando ao largo.

♥ 13 de julho – geleira

Uma das fendas está camuflada por uma ilusão, mas Aruana pressente algo errado. Eles decidem descer abaixo da aparente camada de gelo. Lá embaixo eles encontram um túnel de gelo, mas não entram. Tendresse acha que este deve ser o túnel de seu sonho e comenta que vai querer voltar lá depois.

À noite eles voltam a avistar as luzes nas montanhas.

♥ 14 de julho – montanha

Chegam à Montanha do Trovão. Começam a subi-la.

♥ 15 de julho – montanha

No final da tarde, começa a ventar fortemente. Eles mal conseguem ficar de pé. Têm que dormir todos juntos. O frio é intenso. É uma nevasca. O grupo sente o vento frio cortar como lâmina. É Agschen, o espírito protetor da montanha.

♥ 16 de julho – montanha

Paulo amanhece congelado. Eles conseguem reanima-lo.

Durante uma escalada, ocorre uma avalanche. Não há pra onde fugir. Naomi levita; Nahuapy consegue desviar a neve dela e de Hernandez; Aruana e Rocha conseguem se abrigar, embora Aruana chegue a ser arrastada, mas tem sorte. Tendresse é arrastada e perde os sentidos na queda, ficando muito mal.

Após Tendresse se recuperar, retomam a caminhada.

♥ 17 de julho – montanha

O morro tem o formato de “U”, sendo a Montanha do Trovão a ponta mais alta e íngreme. Eles chegam ao ponto intermediário entre os dois picos. É uma área rochosa coberta de neve. A montanha segue por um paredão de pedra enorme.

Eles não têm coragem de escalar. Aí alguém se lembra da flauta, e Tendresse começa a tocá-la. Depois disso, o tempo se abre e surge um dia magnífico.

Rocha decide colocar em prática a magia que aprendeu. Transforma-se num condor e voa até o alto da montanha. Avista a flor num pequeno platô mais abaixo, e um facão fincado bem no topo da montanha.

Ele retorna e precisa do amuleto de Nahuapy para voltar ao normal. Aí conta o que viu. Após discutirem o que fazer, Nahuapy e Naomi resolvem usar quase todo o poder delas para levitar até o alto. Pegam a flor, mas ficam em dúvida sobre o que fazer com o facão.

Nahuapy resolve pegar. As duas acabam puxando o facão juntas. Nessa hora, sentem um brilho às costas. Quando se viram, veem, do outro lado da montanha, uma montanha de ouro e outra de diamante em volta de um lago coberto por brumas. Percebem que só aquela que segura o facão pode ver. Elas descem.

Todos ficam empolgados com a descoberta. Descobriram a Cidade dos Césares. Para acabar com a festa, Tendresse lembra que precisam voltar à aldeia com a flor. Ninguém se mostra muito interessado. O primeiro a ficar do lado de Tendresse é Hernandez, seguido de Aruana. Logo depois é a vez de Nahuapy. Rocha, muito, mas muito a contragosto, acaba aceitando. Paulo e Naomi não acreditam que vão ter de voltar. Paulo ainda pensa em botar o padre pra dormir, mas desiste da ideia.

Rocha só aceita com a condição de voltarem lá, afinal, vieram ao sul para isso. Levam o facão, que é de prata.

♥ 18 a 23 de julho – viagem

Retorno à aldeia, sem incidentes. Numa noite, durante a travessia da geleira, voltam a avistar as luzes nas montanhas. Nahuapy completa três meses.

♥ 24 de julho – aldeia patagã

Eles chegam cedo na aldeia. O pajé pega a flor e prepara a poção. Mais tarde, pede a flauta de volta. Tereza parece entrosada com os índios.

À noite, o pajé diz que só pela manhã o branco estará recuperado.

♥ 25 de julho – aldeia patagã

O francês se recupera. Seu nome é Antoine. Ele estava numa caravana com mais seis franceses, três castellanos, um lusitano e um bretão. Ele fala em francês com Tendresse, que teve dificuldade de convencê-lo de que é homem.

O grupo foi atacado por um mamute. Ele conseguiu escapar e vagou sozinho pelas terras dos patagões. Não se lembra de mais nada. Isso deve fazer quatro meses. Tendresse pergunta se ele conhece algum Pierre. Ele diz que havia dois no grupo, os dois louros.

Rocha e Paulo olham feio o tempo todo para ele, culpando-o por terem perdido a chance de entrarem na Cidade dos Césares.

Tendresse o convida a se juntar ao grupo, mas ele prefere retornar a Santa Fé.

2ª Sessão – Os Patagões

♥ 15 de junho de 1651 – viagem

Eles saem de Neuquén e Naomí conjura a outra lhama. A paisagem é deslumbrante e coberta de neve. Faz muito frio. Aruana nunca tinha visto nada parecido.

♥ 16 de junho – viagem

Sem incidentes.

♥ 17 de junho – San Carlos

No final da tarde chegam a San Carlos. É uma vila bem pequena às margens de um grande e belíssimo lago. Mas só isso.

♥ 18 de junho – viagem

Saem de San Carlos e prosseguem em direção ao sul, mas descendo as montanhas.

♥ 19 e 20 de junho – viagem

Sem incidentes

♥ 21 de junho – Planalto das Visões

Aproximam-se do planalto. Bosque de árvores altas. O vento começa a ficar estranho, mais frio. As nuvens parecem pesadas, mas sem que isso signifique chuva. É como se pudessem tocá-las. Quando se faz silêncio, parecem ouvir um canto.

Se sentem observados pelas montanhas. Nahuapy faz “Visão Astral” e vê a natureza como se fosse viva, consciente. Naomí também, fazendo “Viagem Astral”. A natureza parece mais presente no plano astral do que em outros lugares. As montanhas parecem girar a cabeça para acompanhá-los com um possível olhar.

Nahuapy completa dois meses de gravidez.

Durante a noite, o Planalto das Visões começa a fazer efeito. Todos têm sonhos estranhos, quase reais.

Rocha sonha que está se arrastando no mato, na lama, em meio a uma tempestade noturna. De repente dá de cara com uma cruz de madeira quebrada. Do chão, da terra, sai uma mão negra que lhe aperta a garganta. Ele acorda gritando.

Tendresse sonha que não consegue abrir os olhos. Sente a cabeça pesada e frio, muito frio. Sente a mão passando por pedras lisas e ouve um barulho de algo pingando. Fica angustiada.

Naomí sonha com olhos de fogo a cercando numa floresta de árvores altíssimas durante a noite.

Nahuapy sonha com várias coisas, muitas cenas. Numa delas ela se vê ao lado de Hernandez num navio.

Aruana sonha que está correndo, cansada, com muito frio, mas não para de suar, um suor congelante. Ela vê uma sombra se erguer sobre sua cabeça. Ouve batidas surdas que fazem a terra tremer. Vão ficando cada vez mais surdas e abafadas, mais doloridas. Então Aruana acorda ouvindo as batidas de seu coração, aceleradas.

♥ 22 de junho – Planalto das Visões

É bem cedo quando se levantam. Um nevoeiro cobre a floresta. Eles sentem o chão tremer. Ouvem árvores caindo. Percebem que algo bem grande vem na direção deles.

Todos saem correndo. Surge o Monangahela, um mamute gigante, feroz como o tigre. Ele não percebe a presença do grupo, que faz o possível para não chamar a atenção. E ele segue seu caminho.

Eles começam a sentir medo, e com razão.

Durante o dia procuram caçar, e conseguem achar um veado.

♥ 23 de junho – Planalto das Visões

Surge o Yastay, um índio baixo e gordo, com a pele escurecida pelo frio, acompanhado por um cão negro. É uma espécie de Caipora das cordilheiras. Para deixar o grupo passar sem problemas pela floresta, ele pede sangue em troca.

Naomí faz um corte em sua mão e faz com que seu sangue pingue na neve. Eles veem o sangue desaparecer rapidamente e o Yastay vai embora agradecido.

♥ 24 de junho – acampamento

Nahuapy não se sente bem, com enjoo. Aruana também não se dá bem com o frio. O grupo decide fazer uma parada. Não tem problema para achar coelhos na caçada.

Durante a noite pensam ter visto um vulto nas montanhas.

♥ 25 de junho – acampamento

Durante a caça, descobrem algumas armadilhas indígenas.

♥ 26 de junho – aldeia patagã

Retomam a caminhada. No meio do caminho, são cercados por índios de mais de 2 metros, vestindo peles e segurando lanças de pedra. São conduzidos à aldeia.

Lá são recebidos pelo pajé (sem essa denominação), que consegue se comunicar com eles. Não há hostilidade. O pajé fala que há um homem branco doente entre eles. Tendresse pensa que pode ser Pierre e quer vê-lo. /isso será feito mais tarde, e cada um é levado a sua caverna (a aldeia é feita no pé de uma montanha, e a maioria mora em cavernas). Os índios separam homens e mulheres, e Tendresse é colocada no grupo das mulheres. Ela tenta dizer que é homem, mas os índios que a conduzem não acreditam e mandam levantar a sua roupa (pois batina nada significa para eles). Tendresse treme, mas Naomí faz um sinal de “confie em mim”. Ao levantar a roupa, Naomí faz uma ilusão de que Tendresse é homem.

Nahuapy percebe que Naomí fez magia e pede explicações, descobrindo, assim, o segredo de Tendresse. Hernandez já sabe, desde o início, pois é um zaorí, mas nunca disse nada a ninguém.

Aruana, que nutre uma paixão pelo padre, nada percebe e considera tudo natural.

Mais tarde, Tendresse vai ver o homem branco. Não é Pierre, mas em seus delírios ele fala francês. O pajé avisa que a cura mágica apenas o mantém vivo.

Há uma cura, mas ele só revelará quando o grupo mostrar o seu valor. Eles terão que ir até uma caverna no final do bosque dos alerces (árvores com 50 metros de altura e 4 metros de diâmetro). Lá chegando, terão de trazer algo de valor e sobreviver até o retorno à aldeia, passando pelos guerreiros.

Eles aceitam o desafio.

♥ 27 de junho – bosque dos alerces

Eles partem logo de manhã. Tereza fica na aldeia. Tentam convencer Nahuapy a ficar, mas ela insiste em ir. Hernandez fica com Tereza a pedido de Tendresse.

Os guerreiros partirão um dia depois ao encalço deles.

Eles chegam a um bosque que começa a subir entre dois paredões. As árvores são tão altas que mal conseguem ver as montanhas.

A noite cai, mas eles tentam andar o máximo que podem.

Quando param, Naomí e Paulo, de guarda, pensam ter visto algo. Depois notam umas luzes vermelhas se aproximando. A região onde se encontram é cercada por névoa.

São atacados por uma matilha de cães da meia-noite, só que bem mais graúdos do que Aruana e Rocha já haviam enfrentado. Apesar do susto, derrotam os cães. Resolvem continuar a caminhada até saírem da região de névoa.

♥ 28 de junho – bosque dos alerces

Dormem muito pouco e se encontram bastante cansados. O bosque termina e sobem uma montanha até uma caverna.

Tendresse chega a pensar que pudesse ser a caverna de seu sonho, mas se parece mais com a caverna de uma adivinhação de Nahuapy.

O caminho termina numa pequena câmara. Na parede há uma pele de uma preguiça gigante e suas garras (duas em cada mão). No chão, sob a pele há um pote, uma pera colorida, uma flauta de osso e uma lança.

Eles sabem que têm de levar um destes objetos. Nahuapy que levar a pele, mas todos são contra. Após muita discussão, levam a flauta de osso.

Na volta, decidem voltar por outro caminho, mais aberto. A noite cai e nada acontece.

♥ 29 de junho – aldeia patagã

Eles acabam enfrentando uma chuva de lanças na volta, mas conseguem escapar. Chegam ao bosque e voltam à aldeia.

Tereza e Hernandez estão bem. O pajé diz que eles escolheram bem. Diz que para curar o francês é preciso achar uma flor de prata que se encontra na Montanha do Trovão. Diz que o caminho é difícil, e que é bom eles descansarem antes de ir.

Explica que a montanha se localiza após uma longa geleira, que se inicia em um lago. Explica que a flauta serve para conversar com os espíritos. Também diz que, se tocassem a pele, despertariam o guardião da caverna.

♥ 30 de junho a 2 de julho – aldeia patagã

O grupo descansa e se recupera para a viagem. Tereza desta vez ficará sozinha na aldeia.

[Nota do Mestre: quando chamamos Eliane Bettocchi pra fazer a capa da 2ª edição de O Desafio dos Bandeirantes, fui intimado a fazer uma sessão para apresentar o jogo a ela. Confesso que não gostei nem um pouco da incumbência, pois não me considero um mestre nato e me sinto um tanto desconfortável no papel. Pra piorar, vários amigos em comum que ainda não tinham jogado resolveram participar da sessão. Mal cabia todo mundo na mesa. E a mesa da casa da Eliane era aquela que todo grupo de RPG pediu a Deus. Sei lá por que motivos, na época resolvi fazer uma aventura na Patagônia. A aventura que fiz praquela noite, que não chegou a seu final, foi quase toda reutilizada nesta sessão, com melhorias e adaptações para a história do grupo, claro. Naquela sessão, um biólogo teve a curiosa ideia de fazer um naturalista, uma homenagem a Darwin. Ele tinha um diário onde fazia anotações. A melhor tirada foi, ao dialogar com um jogador que interpretava um mestiço da região: “os nativos daqui são muito cultos, chamam rocha de minério”. Este personagem acabou me inspirando a fazer um NPC naturalista, que acabou virando personagem de jogador, mas isso fica pro próximo capítulo.]

1ª Sessão – De volta ao Sul

♥ 20 de abril de 1651 – aldeia

Rocha decide ir ao sul à procura dos tesouros da Cidade dos Césares. Ele pretende percorrer toda a Terra de Santa Cruz.

Tendresse apoia, pois sente que no sul pode achar pistas de Pierre. Naomí e os outros vão pelo sabor da aventura. Tendresse pensa em deixar Tereza, mas esta insiste em acompanhá-los.

Só Aruana é que não teria porque ir. Mas Rocha comenta seu intento de voltar à Cidade Sagrada. A ideia de rever Huarí dá a Aruana um bom motivo para voltar à estrada. Ela se despede de sua família.

Aruana e Tendresse ganham um amuleto de “Resistência à Magia”. Nahuapy ganha várias poções de “Cura” e um amuleto de “Metamorfose”.

Camboriú decide se aventurar com eles, pois está há muito tempo parado na aldeia.

Na festa de despedida, Padre Maurício libera o vinho.

Nesta noite, Nahuapy e Hernandez têm sua noite de amor.

♥ 21 de abril – viagem

O grupo parte ao nascer do sol para novas aventuras. O pajé da tribo diz a Aruana que sua viagem irá demorar muito.

♥ 22 a 25 de abril – viagem

Sem incidentes. Mas Rocha toma cuidado para não encontrar nenhum militar.

♥ 26 de abril – viagem

Durante a noite, um estranho assovio e um sinistro pé-de-vento. Some algumas coisas. Nahuapy faz “Visão Noturna” e chega a ver um vulto vermelho entre as árvores. Chegam a ouvir uma risada zombeteira. Foram vítimas do Saci.

♥ 27 de abril a 8 de maio – viagem

Sem incidentes.

♥ 9 de maio – missões

Passam bem próximo às Missões dos Povos Livres. Encontram uma espécie de posto avançado, bastante humilde, com índios travestidos de camponeses e uma pequena criação de animais.

Apesar da desconfiança, graças ao papo da Inquisição, decidem pedir abrigo.

O padre que os recebe pergunta se não podem ajuda-lo com o Comeanca, uma besta terrível que suga o sangue dos animais.

Eles topam e ficam de tocaia durante a noite. O Comeanca seria um adversário digno para um deles, mas para o grupo, depois do que já passaram, não deu nem pro começo.

♥ 10 de maio – viagem

Partem da missão com a sincera gratidão de todos.

♥ 11 de maio – viagem

Segue sem incidentes.

♥ 12 de maio – viagem

Durante a noite, são atacados por um Capiango, um animal fantástico, de aspecto aterrorizante, fantasmagórico, que, em certas ocasiões, transforma-se em onça. Quando isso ocorre, vira um devorador de homens.

Sua “Resistência à Magia” é 80, e só pode ser atingido na forma de onça. Não é maligno, mas a “Luz Divina” o incomoda.

O grupo, que estava super confiante depois de encaçapar o Comeanca, pena para derrotar este. Camboriú morre na luta.

♥ 13 a 19 de maio – viagem

Sem incidentes.

♥ 20 de maio – lago

Acampam na beira de um grande lago pouco ao norte do rio da Prata. Surge uma espécie de mestiço que se oferece como guia. Todas as mulheres ficam encantadas com ele. Mas é Aruana quem cai na rede.

O mestiço é um Ú-Pora, uma versão violenta do Boto, que mata suas vítimas depois de fazer sexo com elas. Como ninguém desconfiou de nada, acharam natural que os dois se afastassem. Naomí, com uma ponta de ciúmes, vai atrás; Nahuapy a segue. Naomí vê os dois transando na beira do lago e resolve fazer “Viagem Astral”. Quando chega perto, vê que o mestiço está com as mãos no pescoço de Aruana prestes a matá-la. Ela volta correndo para o seu corpo e começa a berrar.

Quando vê todo mundo em cima dele, pula na água e desaparece. Aruana sobreviveu por pouco. E mal havia se recuperado de seus problemas pulmonares.

Aruana fica morta de vergonha. Tendresse, tentando consolá-la, diz que “foi difícil pra todos nós resistirmos a ele”.

Naomí sente que há algo errado e faz uma “Aura” em Tendresse, descobrindo que o padre é mulher.

Naomí puxa o padre prum canto e elas têm uma conversa franca. Naomí jura manter segredo.

♥ 21 a 23 de maio – viagem

Sem incidentes

♥ 24 de maio – viagem

Eles atravessam o rio da Prata, o que lhes trás péssimas recordações. Hernandez os acalma, dizendo que seu irmão já os esqueceu.

Almagro era apenas um militar seguindo ordens. Não tinha nenhuma vontade particular em mata-los. Resolvendo o problema da caravana do ouro, partiu pra outra.

Eles acampam perto de uma árvore. Só que esta árvore é um Boiigue Liucho, uma árvore sagrada dos índios, onde fazem suas oferendas.

O mal-entendido é logo resolvido. Os índios, vendo Naomí, comentam sobre um negro à cavalo que vaga pelos pampas com um grupo de índios. Alguém chega a se interessar e perguntar o nome. Como é dado um nome diferente do de Kunta, não perguntam mais. Se esquecem que os índios dão nome diferente às coisas e pessoas. Era Kunta, só que sem memória.

♥ 25 a 29 de maio – viagem

Atravessam os pampas até o rio Colorado.

♥ 30 de maio – Rio Colorado

Chegam a uma pequena vila às margens do rio Colorado. Compram mantimentos, roupas de frio e perguntam qual é a cidade mais ao sul. São informados sobre Neuquén, uma vila que se encontra na origem do rio Sur. Passam o dia. Ouvem falar sobre o Padre Sérgio.

♥ 31 de maio a 9 de junho – viagem

Vai esfriando cada vez mais. Eles chegam ao rio Sur, que é formado pela junção de dois outros, e se o seguem até Neuquén.

♥ 10 de junho – Neuquén

Chegam na cidade e se instalam. É uma cidade pequena e hospitaleira. São muito bem recebidos, mesmo quando dizem que querem ir ao Planalto das Visões. São chamados de malucos, e tentam dissuadi-los da ideia.

Perguntam sobre o Padre Sérgio. O estalajadeiro informa que é um padre milagroso e um pouco maluco que vive numa cabana isolada em uma colina próxima dali. Eles passam a noite e deixam para ir no dia seguinte.

♥ 11 de junho – Neuquén

A visita ao Padre Sérgio ocupa o dia inteiro. É um jesuíta descabelado, sem o dedo indicador esquerdo. Ele fala de forma pouco clara. Diz que ninguém vai ao Planalto das Visões, é ele que vem até você. Ele conta diversas histórias delirantes. Fala de feras terríveis, natureza caótica. Para não irem, que ninguém sobrevive, ninguém volta.

“Mas você voltou”, diz Naomí. “Sim, e pago por isso até hoje”, responde. Não conseguem tirar muita coisa. Mas ele fala de uma caravana de franceses que também foi pra lá há alguns meses. Tendresse se interessa. Padre Sérgio diz que a Cidade dos Césares não existe.

♥ 12 de junho – Neuquén

Tendresse tenta se informar sobre o grupo de franceses. Fica sabendo que passaram por lá há quase um ano, mas que também havia pessoas de outras nacionalidades. Mas a maioria era francesa.

Rocha procura saber sobre a Cidade dos Césares e tem a confirmação que, ao menos como lenda, ela existe, no centro de um lago, cervada por uma montanha de diamante e outra de ouro, próxima ao monte Lihuel Calel.

♥ 13 de junho – Neuquén

Eles fazem todos os preparativos da viagem. Muitas provisões e roupas de frio.

Nahuapy descobre que está grávida e conta a Hernadez, que fica feliz e diz que, com certeza, não voltará a ser o mesmo.

[Nota do Mestre: ou seja, não voltará ser um Zaorí.]

♥ 14 de junho – Neuquén

O grupo toma conhecimento da gravidez de Nahuapy e adiam a viagem. Tendresse é contra a ida de Nahuapy. Naomí fica na dúvida. Nahuapy insiste. Ninguém sabe o que poderá acontecer, nem onde ou em quais circunstâncias o filho nascerá.

Naomí tem péssimas experiências com uma lhama. Rocha compra uma para carregar o equipamento. Naomí decide conjurar outra quando se afastarem da cidade. Aruana fica resfriada.

Perguntam se há alguma vila mais ao sul. Informam que, subindo o rio, há a vila de San Carlos, entre as montanhas.

Capítulo 1 – A Cidade dos Césares

Personagens principais: Aruana (rastreadora maoári); Rocha (bandeirante); Naomí (feiticeira negra); Nahuapy (feiticeira mestiça chiquitana); Tendresse (jesuíta francês).

Personagens convidados: Paulo Ferreira (ladrão).

NPCs principais: Hernandez (ex-zaorí); Tereza (estigmata).